Em 1808, com a implantação da imprensa régia, o Brasil começou sistematicamente a impressão de livros. No Brasil hodierno, não é difícil imaginar que, mesmo após mais de dois séculos daquela implantação, ainda é de grande importância o hábito da leitura, já que somente por meio da oralidade não seria possível adquirir muitos dos conhecimentos repassados pelas gerações anteriores. Nessa conjectura, incentivar a leitura ao público infantil no contexto escolar e familiar é necessário com brevidade. Apesar de o Brasil ser um país rico na literatura, nota-se que, a leitura ainda não é um costume para a maioria dos brasileiros. Isso porque, grande parte das leituras obrigatórias nas escolas são muitas vezes clássicos da literatura, sendo esses de linguagem de difícil compreensão e, por não conseguirem absorver muita coisa deles, são pouco atraídos pelo público infanto-juvenil. Em Porto Alegre, o projeto "Criança Leitora" está contribuindo para despertar nas crianças o interesse pelos livros, onde toda semana elas levam um livro infantil da escola para ler com os pais. Assim, medidas como essa devem ser tomadas para melhorar o progresso e a imaginação das crianças. Outrossim, deve-se perceber a necessidade de mudanças no âmbito familiar quanto aos hábitos de leitura. Isso porque, muitos pais não têm essa prática, mesmo sabendo que as crianças reproduzem tudo aquilo que veem, portanto, quando não é da rotina deles essa atividade, é mais trabalhoso impor aos filhos essa tarefa como lazer. Essa tese pode ser comprovada por meio de dados divulgados pelo Instituto Datafolha, no qual mostram que mais de 80% das crianças brasileiras que se interessam pela leitura e vão bem na escola, têm pais que são leitores assíduos. Logo, a participação dos pais na educação dos filhos amplia a distância entre esses indivíduos e e o mal desempenho escolar. Infere-se, portanto, que o hábito de grande parte da sociedade brasileira de não praticar a leitura implica no empobrecimento mental e que uma solução viável seja apresentada. Para tanto, compete à família cultivar o hábito da leitura em casa, lendo livros para os filhos e, posteriormente, presenteando-os com revistas em quadrinhos e obras infantis, com o objetivo de despertar neles a curiosidade e criatividade. E, cabe também à escola, realizar projetos de leitura, propondo a apresentação de obras de fácil compreensão, além de sugerir livros para a leitura e debate em sala de aula, visando o desenvolvimento intelectual e crítico dos indivíduos. Dessa forma, é possível, a longo prazo, incorporar a leitura à cultura brasileira.