Enviada em: 21/04/2019

Desde a invenção da tipografia criada pelo alemão Gutemberg, no século XV, foi proporcionado a disseminação de informações pela escrita, a qual foi responsável por mudar a história de leitura e da circulação de ideias em escala mundial. No presente, a aproximação com a leitura torna-se primordial na ampliação do conhecimento dos indivíduos, contudo, impeditivos como a negligencia educativa, bem como a desestruturação familiar contribuem para o distanciamento da sociedade com essa prática, o que converge para as contradições mais desfavoráveis no desenvolvimento de um país.      É importante considerar, de início, que a falta de estrutura dos grupos familiares converge para a dissociação dos indivíduos às praticas de leitura, principalmente dos jovens. Nesse sentido, consoante aos ideais do sociólogo Émile Durkheim, as pessoas são determinadas pelo meio social em que vivem. Dessa maneira, o sujeito, ao estar imerso em um núcleo familiar com pais, muitas vezes, analfabetos, bem como alicerçado em um contexto de miserabilidade, repercute na diminuição de um olhar crítico sobre a importância do hábito de leitura, tendo em vista que tal costume não é enxergado como um fator de desenvolvimento social e expectativa de vida. Assim, é indubitável que a desintegração de grupos familiares está intimamente ligada a uma concepção limitada da valorização da leitura.       Outrossim, é factível que a falta de flexibilidade do ensino educacional é igualmente fator dos obstáculos na efetividade da leitura na população. Nessa conjuntura, quando o escritor Paulo Freire afirma que a escola não deve se distanciar da vida social de seus participantes, ratifica-se a necessidade de eixos como a conexão da leitura com o meio intrínseco aos alunos. Porém, contrariando essa logica, o ensino educacional, frequentemente voltado a “padrões tecnicistas” , deixa de contemplar uma compreensão dialógica quanto à valorização da prática leitora, tendo em vista que, muitas vezes, apresentam aos alunos leituras arraigadas em normas idiomáticas, sem uma diversidade de textos, livros e poemas adaptados à realidade desses. Dessa forma, percebe-se o quanto uma estrutura educacional inflexível fomenta o desagrado dos jovens ao ato de leitura.        É imperioso, portanto, mecanismos enérgicos para atenuar esse cenário. Assim, cabe ao Ministério da Educação, juntamente com as escolas, proporcionar um ambiente educacional que enfatize uma reflexão mais holística quanto ao prestígio da leitura. Isso pode ser consolidado, a partir de novas diretrizes curriculares que incluem não somente leituras de escritas acadêmicas, como também de textos, poemas e livros que estejam em consonância com a vida cultural dos alunos, a fim de vincular a leitura à concepções agradáveis e à ampliação do conhecimento. Enfim, poder-se-á valorizar a importância de Gutemberg na ampliação da cosmovisão a respeito do entendimento do mundo.