Enviada em: 15/03/2017

Na Grécia Antiga, Drácon mudou os rumos da sociedade ao escrever as chamadas "Leis Draconianas", em que ele transformou em registro escrito o conjunto de leis baseado na tradição oral ateniense, que reafirmaram o conceito de democracia. Nota-se desde então, a importância da leitura e da escrita na sociedade, visto que trata-se de uma forma de inclusão social, mas que no Brasil devido à desigualdade entre classes e à desvalorização da leitura, muitos ainda não têm acesso.     Ler e escrever com domínio, significa saber manifestar-se de forma esclarecida, o que em alguns momentos da História, poderia representar uma ameaça, já que o acesso ao conhecimento, dificultaria a progresso do vigente modelo de alienação como dos escravos perante os seus coroneis, por exemplo. Dessa forma, a educação passou a ser privilégio da "classe dominante", como afirmado pelo sociólogo Karl Marx. Gradativamente, as pessoas conquistaram mais autonomia e o acesso à educação tornou-se cada vez mais abrangente. Segundo a Constituição de 1988, todos têm direito à educação. Entretanto, saber apenas ler e escrever de forma mecânica, não garante ao indivíduo uma inclusão social.     A inserção de programas como o MOBRAL, Movimento Brasileiro de Alfabetização, mostram o descaso do governo perante à educação, visto que tal projeto ao mesmo tempo que em tese diminui o número de pessoas não alfabetizadas, eleva a taxa de analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que sabem ler e escrever de forma superficial, que não possuem o domínio da língua.     Mesmo no século XXI, a não alfabetização representa ainda, uma forma de controle social, pois a falta de esclarecimento leva a sociedade à acomodação e à consequente submissão. Exemplifica-se a questão no âmbito político, em que quanto menos conhecimento sobre o tema as pessoas tiverem, mais fácil torna-se a imposição intrínseca da submissão. Evidencia-se então, a relevância da soma dos fatores leitura e escrita, que resultam na desalienação da sociedade.      Segundo o filósofo Tzvetan Todorov, "Somos todos feitos do que os outros nos dão: primeiro nossos pais, depois aqueles que nos cercam." Nesse contexto, nota-se a importância das bases para o posterior interesse pelo hábito de ler e escrever. Faz-se necessário então, que os pais tornem-se influências para seus filhos, que convivendo com tais hábitos, irá reproduzí-los. Por parte do governo, faz-se necessário o investimento não só nas estruturas das escolas, mas também na formação dos professores, para que esses, recebam instruções a fim de tornar tais costumes prazerosos, incrementando-os no dia a dia dos alunos para que eles deixem de enxergá-los apenas como necessários para passar de ano.