Enviada em: 07/04/2017

É possível acreditar em contos de fada nos dias de hoje?         É possível observar que, historicamente, a leitura já esteve presente em inúmeros momentos de paz, guerra, desenvolvimento do juízo de valor e fixação de um concreto juízo de fato –utilizado em vários momentos para a alienação. Sendo assim, podemos observar tanto aspectos positivos quanto negativos, no que se refere à capacidade de recriação da leitura.        É inegável que a transformação da realidade, por meio da criação do lúdico, promovida pela leitura surge em momentos de clímax da sociedade, devido aos fortes sentimentos marcantes no período. A título de exemplo, nota-se a criação de inúmeros contos de fadas na Idade Média, como: Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Branca de Neve, dentre outros; que demostram a tentativa de ascensão social da baixa camada econômica da época (camponeses), mergulhada em um período de guerras, invasões, falta de comida e, principalmente, de alastramento da Peste Negra. Sendo assim, nos dias de hoje, em que disparidades econômicas, sociais, culturais, éticas e étnicas tornam-se cada vez maiores, fazer com que a leitura permaneça atuando no campo psicológico das pessoas, ampliando a visão cultural e epistemológica dessas é uma necessidade, e não um fato opcional.      Se de um lado existe uma tentativa de tornar lúdico os problemas em que uma sociedade se encontra- com a finalidade de reerguer a esperança dentre outros valores humanos- por outro é evidente que a leitura pode ser utilizada para a alienação da população. Segundo dados divulgados pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o Brasil vivia os ‘’ anos dourados’’ na década de 40, a partir da expansão de empresas estatais como a Petrobrás, Eletrobrás, dentre outras, estatísticas que, infelizmente, não condiziam com a realidade do povo. Diante disso, deve-se possuir uma visão mais crítica acerca da sociedade, o que não coincidia e, ainda, não reflete o povo de nossa época.        É evidente, portanto, que a leitura possui funções dicotômicas de recriação da realidade. Segundo o filósofo Immanuel Kant o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nesse contexto, o Estado deve construir escolas e bibliotecas que possibilitem a população, a partir da leitura, não só abranger sua visão histórica, cultural, ética e étnica de mundo como também desenvolver sua própria opinião, tornando-as menos suscetíveis aos falsos dados divulgados pelas mídias -que não cumprem com seu dever social. Soma-se a isso a emergência de se criar e participar de novas ONGs, por parte do povo, que analisem essas informações divulgadas pela mídia e exponham suas reais intenções. Quem sabe assim, cada ser humano possa criar seus próprios contos de fada para solucionar problemas particulares sem, contudo, se tornar alienado em pleno século XXI.