O homem cordial é um conceito desenvolvido pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro "Raízes do Brasil". Nele, virtudes como compaixão e altruísmo fazem parte de um traço marcado do caráter brasileiro. Todavia, tais valores não são assimilados ao respeito e valorização da terceira idade, já que, Poder Público e senso comum, juntos, negligenciam por toda parte a existência e os conflitos enfrentados pela parcela idosa da população tupiniquim. Em primeira instância, a letargia governamental referente a imagem do idoso na sociedade tange uma natureza facínora. Mesmo após entregar seu esforço ao país, por meio de construções, como a de Brasília, defender a pátria na Segunda Guerra Mundial e lutar contra ditaduras internas, tal indivíduo, que hoje encontra-se na terceira idade, não é reconhecido. O Governo Federal, por exemplo, não contém um plano educacional que vise o ensinamento do que, os atuais idosos, construíram e reivindicaram na história. Logo, a juventude nacional não adquire respeito e admiração por esses, e acaba por também ofuscá-los, ao seguir, de forma melancólica, a tese empírica aristotélica, de que o ser torna-se naquilo a que constantemente é relacionado. Posteriormente, a sociedade civil brasileira se obstem ao serviço de valorização da terceira idade. Movido pelo consumismo e estratificação classista,o senso comum brasileiro tornou-se ferramenta de manobra dos líderes políticos mal intencionados. Esse é influenciado e manipulado a debater sobre aquilo que o tal governante quer que seja exposto, na maioria das vezes algum ganho material, nisso, a criação de redes de debates, ONGs e instituições de caridade voltadas para idosos são deixadas de lado. Essa cruel realidade é retrato de uma tese maquiavélica exposta no livro "O príncipe", a qual garante que o homem esquece primeiro a morte do pai do que a perda de um patrimônio. Portanto, é evidente que medidas são necessárias na resolução do impasse. Primeiramente, o Ministério Público, junto ao Ministério da Educação, deve agir de forma tal a desenvolver um projeto didático, que vise o ensino sobre a história do idoso no Brasil nas escolas públicas, e então gerar na juventude tupiniquim o respeito e a admiração pela terceira idade. Após isso, o Ministério da Comunicação deve trabalhar em publicidades, expostas por meio da internet e televisão, que explanem a importância da parcela idosa da população referentes a assuntos de total relevância, como a redemocratização do país pós-ditadura. Além disso, o senso comum deve, sensibilizado pelas ações anteriores, trabalhar na criação de ONGs e outros grupos de solidarização para ajudar, de forma virtuosa, esses brasileiros que deram sua juventude pela nação. Dessa forma, a sociedade pindorama em si, dará um importante passo rumo ao homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda.