Enviada em: 18/04/2019

Atualmente, o Brasil vive um período de transição demográfica, mudança na estrutura etária de seu povo. Nesse cenário, percebe-se um crescimento da população idosa no território nacional, gerado pelo aumento da expectativa de vida. Diante disso, é preciso considerar que a negligência legislativa e o despreparo da população para lidar com os mais velhos são barreiras para a garantia de uma longevidade digna ao grupo.   Em primeira análise, vale ressaltar a existência do Estatuto do idoso, conjunto de Leis voltadas exclusivamente para as demandas desse grupo. Porém, tais regras não são aplicadas no cotidiano dessa população. Conforme exposto na obra "O Cidadão de Papel" do pensador Gilberto Dimenstein, no país o povo é detentor de vários direitos, contudo, esses não são efetivos na vida real, apenas no papel. Sendo assim, ainda que haja proteção por códigos, os indivíduos mais velhos permanecem em situação de vulnerabilidade social.   Além disso, o desconhecimento da população acerca das necessidades e prioridades do idoso implica a discriminação contra esse grupo. De acordo com o filósofo iluministas Immanuel Kant: "o ser humano é aquilo que a educação faz dele". Dentro dessa perspectiva, a negligência do sistema educacional a respeito do tratamento e da realidade dos mais velhos no Brasil atual gera um corpo social que não compreende as demandas desses indivíduos, e assim, os segrega.    Portanto, atitudes são necessárias para adequar a sociedade à nova estrutura etária do território nacional. Para isso, O ministério da Educação deve incluir nas escolas conteúdos acerca da transição demográfica e dos direitos dos idosos, tendo em vista que o desconhecimento prejudica e vulnerabiliza a garantia de dignidade a esses indivíduos, através não só de debates e palestras, como também de visitas a asilos, para promover o contato mais próximo entre essas distintas realidades. Somente assim, será possível garantir qualidade de vida e respeito após o envelhecer no Brasil atual.