Enviada em: 20/08/2019

A sobrevivência da raça humana sempre esteve ligada à força de trabalho. Desde as técnicas mais rudimentares de produção até os modernos modelos de execução de tarefas à distância e de substituição da mão de obra tradicional por robôs, passamos por inúmeras transformações que contribuíram para elevar essa atividade à categoria de verdadeira protagonista em nosso dia-a-dia.    No entanto, apesar das significativas inovações em termos de ferramentas e condições laborais, economia de recursos e priorização da qualidade de vida, permanecem intactas algumas práticas condenáveis que atentam contra a dignidade do homem e que não acompanharam esse processo positivo de evolução. A explicação para esse fenômeno não é simples. A forma legal de exploração da energia e vitalidade de muitos em benefício de poucos, denominada escravidão, foi formalmente abolida com a assinatura da Lei Áurea, em 1888. A CLT, decretada nos anos 40, vem sofrendo sucessivas modificações desde então.     Entretanto, da mesma forma que a sociedade tem encontrado soluções para seus problemas mais complexos, também foi capaz de esquivar-se das limitações legais que foram sendo impostas ao abuso por parte daqueles que se encontram em posição de superioridade na relação laboral, em detrimento dos que se situam no polo frágil da mesma. Isso explica, em parte, a banalização do vínculo entre o capital e o trabalho.