Enviada em: 04/10/2017

Para o filósofo Aristóteles, o trabalho era considerado uma atividade que exige força física, uso limitado da racionalidade e, portanto, estaria destinado aos escravos. Porém, após a Reforma Protestante e longe desse ideário arcaico, o tecido social passou a valorizar progressivamente o lucro e o bem-estar que essa ocupação oferece e, nos tempos hodiernos, o trabalho ocupa um espaço essencial na construção da dignidade humana. Todavia, no Brasil, o desemprego representa um obstáculo a ser superada na busca por essa dignidade.       A cerca disso, um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou que, embora o número de desempregados tenha decrescido no trimestre encerrado em agosto, ainda são mais de 13 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. É um cenário contraditório contando com o fato de que, ao analisar a pirâmide demográfica do nosso país, observa-se um grande contingente de pessoas em idade ativa, ou seja, aptas a trabalhar, mas que, em contrapartida, não têm oportunidade. Assim, o Estado vive um bônus demográfico, mas o desemprego o impede de aproveitar esse momento.       No entanto, essa situação está longe de ser resolvida. Isso porque, sob ângulo econômico, o Brasil é um país que investe mais na agricultura que na rede industrial. Logo, por mais que a matéria-prima, como a laranja, seja cultivada no solo brasileiro, o suco dessa fruta será produzido em outro país. Dessa forma, uma atividade que poderia gerar empregos para os brasileiros, gera para habitantes de países que investem mais no setor secundário. Aliado a isso, pode-se citar também que, ao serem demitidas, alguns desempregados se conformam com sua situação, pois não têm meios, informações ou ajuda profissional para empreender e criar um negócio próprio.        Desse modo, medidas são necessárias para superar esse impasse. Com isso, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços deve, em parceria com o Banco do Brasil, oferecer recursos, como subsídios, incentivos fiscais e concessão de crédito capital, para que tanto o setor secundário tenha oportunidade de se expandir e gerar empregos quanto pessoas que desejam criar um negócio autônomo tenham capital para começar. Além disso, o Sebrae deve, ainda, em associação com universidades federais, apoiar indivíduos que desejam se tornar "freenlancers", oferecendo cursos gratuitos na área de administração e empreendedorismo, para que sejam superados quaisquer imbróglios que impeçam a construção da dignidade humana.