Enviada em: 11/03/2017

Com o advento dos computadores e da internet desde os últimos anos do século XX, o mundo pôde comunicar-se de forma rápida, além de conhecer e compartilhar diversas informações e pensamentos. Porém, todo esse espaço interativo exige atenção: é preciso saber delimitar o conteúdo a ser disseminado, uma vez que ele pode não apenas expor seu criador, mas também ferir a integridade de outros indivíduos. Faz-se necessária, portanto, maior reflexão dos usuários acerca do que realmente deve vir a público na internet, sem deixar que isso tome consequências negativas à vida privada.  Um exemplo de como a internet adentra a vida particular de modo negativo encontra-se no compartilhamento virtual de fotos íntimas de pessoas, em grande parte, mulheres, sem o seu consentimento. Essa exposição já acometeu celebridades como a atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos nuas publicadas por invasores. Tal crime é motivado por "hackers" ou até mesmo ex-parceiros da vítima, que veem na exposição do outro, uma forma de rebaixá-lo ou ridicularizá-lo. Apesar da divulgação não autorizada de imagens ser punida no Brasil, os danos causados à moral são dificilmente esquecidos, uma vez que é difícil conseguir excluir todos os compartilhamentos.   Além disso, a disseminação rápida de conteúdos está fortemente conectada à vida dos jovens, pessoas que têm seu nascimento atado ao advento da internet. No impulso de querer parecer divertido e assim, obter aceitação dos colegas, o adolescente compartilha ideias sem realmente pensar sobre suas consequências. Um exemplo dessa ausência de reflexão encontra-se nas chacotas feitas contra a estudante Julia Gabriele que, por possuir sobrancelhas tidas como "diferentes do normal" para garotas da sua idade, recebeu muitas mensagens públicas contra sua imagem. Para evitar situações como essa, portanto, faz-se necessária maior participação e orientação familiar ao jovem.   Em vista dos argumentos citados percebe-se a necessidade de reflexão sobre o que é compartilhado na internet. Uma das medidas para a melhor utilização dessa ferramenta encontra-se na criação de uma cartilha, pelo governo federal, distribuída em órgãos públicos, que fale sobre a importância de pensar nos conteúdos publicados, com perguntas e respostas sobre o que caracteriza a exposição e a agressão no ambiente virtual. Além disso, a cartilha deve expor como denunciar crimes de exposição, com telefones para informações. Não obstante, palestras com o tema "internet: o que devo compartilhar?" voltadas a estudantes do ensino básico e a seus pais, ministrados por psicólogos são necessárias para diminuir atitudes preconceituosas no meio virtual e assim, haver maior conscientização sobre o que deve ser compartilhado e o que faz parte da vida privada.