O advento da internet nas últimas décadas acarretou para a sociedade brasileira a praticidade em procurar informações e o surgimento de um novo público alvo para os publicitários, ou seja, as crianças. Embora, atualmente haja uma maior mobilização do coletivo referente a publicidade infantil no Brasil, ainda é factível o aproveitamento da inocência deste grupo em razão da dimensão simbólica que o produto representa socialmente e a seus efeitos colaterais para o público infantil. Inicialmente, é preciso considerar o fator causal para a ocorrência deste fenômeno. Segundo o documentário brasileiro Muito além do peso, a presença de personagens e histórias na publicidade induz o consumidor a comprar pelo desejo, mas não pela necessidade. Diante disso, as mercadorias veiculadas para o público infantil no Brasil, estão relacionadas com o aspecto simbólico que o produto representa socialmente devido a ausência de discernimento que as crianças têm em comum. Comprova-se isso com o comercial da tesoura Minnie e Mickey em 1992, cuja propaganda inferiorizava o consumidor que não possuísse o produto divulgado, logo levando a uma compra inconsciente para este. Ademais, as consequências deste fenômeno para a formação do individuo está intrinsecamente ligado a comportamentos individualistas e consumistas, além de problemas de aceitação e de isolamento social. Também a exposição abusiva de comerciais em horários de programas infantis ocasiona a futuros traumas que a criança pode desenvolver após a sua formação, logo ocasionando problemas psicológicos para a próxima geração de adultos no país. Portanto para resolver-se a problemática, é necessário que o Ministério da Cultura crie um órgão governamental, cujo propósito é a regulação de propagandas danosas para o desenvolvimento saudável das crianças. Além disso, é essencial que se discuta esse tema em instituições educacionais no país, pois ainda é um fato pertinente a realidade e pouco falado no âmbito escolar. Por meio da mobilização da sociedade em relação a estas medidas, a inocência deste grupo será preservada, assim não sendo mais uma realidade no Brasil.