Enviada em: 26/07/2017

Desde o início do século XVI, com a chegada oficial dos colonizadores portugueses ao Brasil, cultiva-se a perspectiva de que nossos recursos são infinitos. Entretanto, apesar do país ter 12% das reservas hídricas no mundo, a realidade atual é de grande escassez de água. Tal problema se dá pela falha na distribuição e o uso inconsciente, não só da população, como também, de outros setores como a indústria e a agricultura.    Em primeira análise, é importante destacar que a questão da má distribuição dos recursos hídricos é uma realidade nacional. Geograficamente, essa irregularidade ocorre em vista da elevada demanda, principalmente em áreas menos povoadas e da falta em lugares mais populosos. Nessa lógica a região norte é beneficiada pela existência dos rios da Bacia Amazônica e o Aquífero do Alter do Chão. A região nordeste, por outro lado, conta com uma densidade demográfica de 34,15 habitantes por quilômetro quadrado, ao passo que detém apenas 3,3% da água nacional, além do clima, em determinados lugares, ser semiárido, o que dificulta ainda mais a situação hídrica nesse território.   Ademais, os recursos que existem estão sendo utilizados de maneira negligente e gera forte impacto na natureza. Indústria, agricultura e uso pessoal são três dos agentes que mais utilizam a água e causam seu grande desperdício. Dentre esses, o que mais de destaca é o agronegócio que,  de acordo com a ONU, utiliza cerca de 72% desse meio pela intensa e elevada irrigação. Já o setor industrial gasta, por exemplo, quinze mil litros de água para produzir apenas uma calça jeans e ainda libera uma quantidade significativa de solvente tóxicos em rios. A realidade do consumo  da população também é complicada, pois o uso de água de 1400km³, aumentou em 185% a partir dos anos 2000 e, segundo previsões, em 2025 o número  deve elevar-se para 5200km³.  Para que a realidade futura não seja pior, é necessário que haja significativas mudanças nos hábitos da sociedade.    Nessa lógica, torna-se evidente a imprescindibilidade da maior democratização de água e de atitudes que visem seu melhor aproveitamento. Para esse fim, é necessário que os devidos governadores estaduais possam fiscalizar a distribuição hídrica com agentes em cada cidade que possam levar esse recurso onde a situação é mais precária com caminhões pipa e a construção de grandes poços artesanais que atendam toda a população.Cabe, também, ao Governo Federal que fiscalize as indústrias e a agricultura, para que esses utilizem meios mais econômicos como o tratamento efluente e a devolução, em condições normais da água para a natureza  e a troca de irrigação pelo sistema de gotejamento. É importante que haja a participação da escola na conscientização dos alunos quanto a necessidade de preservar a água. Assim, a situação hídrica brasileira será positivamente transformada.