Enviada em: 31/05/2019

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira       Promulgada em 7 de agosto de 2006, após 2 tentativas de assassinato contra uma mulher e 23 anos de violência doméstica, a Lei Maria da Penha foi criada para proteger as mulheres e contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Conquanto, a cultura machista ainda está impregnada na sociedade brasileira que agride fisicamente e psicologicamente mulheres todos os dias. Nesse sentido, convém analisar as principais formas de reduzir esses crimes.         Atualmente, mulheres ocupam áreas antes apenas disponíveis para o sexo masculino. Em contrapartida, a desigualdade de gênero ainda persiste e está principalmente nas pequenas situações do dia a dia das pessoas e nos ambientes familiares, onde são construídas as regras e normas da vida social. Um exemplo claro deste caso é a diferença na criação de meninos e meninas. Elas são educadas para serem meigas e cuidadoras, já eles encorajados a serem agressivos e independentes. Essas condições dão mais liberdade aos homens que abusam da liberdade e se aproveitam do sexo oposto. Segundo estatísticas levantadas pelo Datafolha, 503 mulheres brasileiras são vítimas de agressão física a cada hora, e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 aponta que entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. As mulheres negras são ainda mais violentadas. Apenas entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos. Tais informações demonstram a crueldade para com as mulheres e o descaso dos brasileiros perante a situação que aumenta gradativamente.        Com base nisso, a educação se faz iminente no processo de desconstrução da comunidade, incentivando uma reflexão sobre os privilégios masculinos, fortalecendo a luta contra a opressão. Portanto, indubitavelmente, cabe as escolas e famílias ensinarem às crianças que nenhum tipo de violência contra qualquer tipo de pessoa é intolerável e que respeito não está relacionado a questões genéricas. Faz-se mister, ainda, salientar a saúde pública como fator de prevenção da violência contra a mulher, que deve oferecer apoio e informação para as vítimas quando procuram um hospital após agressões. Assim, espera-se que uma sociedade mais igualitária seja alcançada, onde homens e mulheres possam desfrutar de seus direitos.