Enviada em: 28/06/2019

Observa-se que na obra Laranja Mecânica, o autor Anthony Burgess relata uma sociedade na qual a violência é predominante no cotidiano dos cidadãos. Nesse contexto, é mister destacar que, embora estejam distantes, a sociedade brasileira e o ambiente descrito por Burgess compartilham características em comum, já que, na atualidade, a persistência da violência contra a mulher é uma realidade a ser combatida no Brasil. Sob esse aspecto, acredita-se a perpetuação da violência contra o sexo feminino não só está intimamente ligada ao fato de as agressões terem se tornados simbólicas, mas também, porque o Estado não oferece aparato para atender as vítimas de forma efetiva.   Em primeira análise, vale pontuar que a violência contra a mulher, no Brasil, tornou-se simbólica, ou seja, um fato cotidiano e não um episódio que perturba a coesão social. Nota-se que a existência de uma sociedade patriarcal e machista faz com que seja criada uma postura blasé perante as agressões e não o sentimento de solidariedade para com a vítima. Assim, acredita-se  que essa postura blasé da sociedade  se relaciona com a  banalidade do mal definida pela socióloga Hannah Arendt como: quando uma atitude opressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Com isso, consta-se que a violência contra a mulher se perpetua no Brasil, porque a sociedade deixou de vê-la como uma pertubação e sim como algo do comum.  Outrossim, também é notório ressaltar que, apesar da implantação de leis como a Maria da Penha, o Estado é falho na garantia da segurança da mulher. Julga-se que a falta de delegacia da mulher, apoio psicológico e fornecimento de informações sobre a importância de se prestar queixa contra o agressor e não retirá-la perpetua o ciclo de violência. Por conseguinte, acredita-se que mesmo a sendo assegurada pela Constituição Cidadã , a dignidade humana não tem sido fomentada, uma vez que o Estado tem se mostrado omisso, com a mulher, ao não fornecer ajuda de forma eficiente, proporcionando, dessa forma, a manutenção das agressões.   Torna-se indubitável, portanto, a necessidade de solucionar a problemática em voga. Dessa maneira cabe a escola e a família o dever de desconstruir a imagem cotidiana da violência contra a mulher ,nesse âmbito, deve-se promover: palestras, oficinas, trabalhos -com profissionais capacitados como psicólogos e pedagogos- sobre as consequências que a violência acarreta no indivíduo, além de diálogos em casa, afim de que munidos com conhecimento, os cidadãos possam formar uma sociedade com mínimas taxas de violência. Ademais, o Estado deve direcionar verbas para que uma estrutura adequada de atendimento seja montada e as vítimas possam ser acolhidas de maneira efetiva. Com tais medidas, o fato será amenizado.