´´Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta, levanta ai que você tem muito protesto para fazer``. Ao compor essa canção Gabriel, o pensador, talvez estivesse mandado um recado para todas as mulheres que sofrem com a persistência da violência na sociedade brasileira. Conforme apurou o Conselho Nacional da Justiça, sete de cada dez mulheres do ligue 180 sofreram ataque de seus parceiros. Isso se deve não só a sociedade patriarcal como também, o clima da impunidade criado. Em primeiro lugar, é preciso considerar a formação da base estrutural em nosso país. A medida que se construía o Brasil Colonial, em pleno Séc. XVI, legitimava-se uma espécie de sociedade patriarcal, ou seja, uma comunidade que oferecia total supremacia aos homens sobre as mulheres. Com efeito, evidenciou-se todo tipo de violência contra às mulheres sem nenhum tipo de contrariador por parte das pessoas ou do governo vigente. Como resultado, esse costume foi passado de geração para geração. Prova disso é que mais de dois milhões de mulheres sofrem agressões ao ano no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística . Além disso, casos de impunidade difundidos na mídia corroboram com a persistência da violência. Inquestionavelmente o caso mais conhecido é o da própria Maria da Penha no qual o seu agressor se encontra em liberdade atualmente. Casos como esses impulsionam potenciais infratores devido o clima de impunidade. Tal fato é comprovado quando se nota aumento de casos nos últimos 30 anos, como indicou o Mapa da violência. Portanto, é fundamental combater essa persistência da violência contra as mulheres. É dever do Ministério da Educação, por meio de criação de feiras de ciências com participação de especialistas, a deliberação nas escolas sobre a sociedade patriarcal e como ela é prejudicial para o país, com o fito de desmistificar conceitos pré-concebidos e criar uma sociedade justa. Ademais, cabe ao Poder Judiciário um julgamento mais rigoroso e acabar com as leis mais brandas para esse caso de violência, com intuito de apagar esse cenário de impunidade e garantir um futuro melhor para elas.