Enviada em: 01/08/2019

O Período Modernista no Brasil trouxe grandes personagens empoderados que deram ênfase aos problemas sociais da época com o intuito de denunciá-los. Um exemplo de bravura e heroísmo da época é Maria Bonita, par amoroso de Lampião, que lutava no cangaço nordestino em prol de seus ideais. Já na contemporaneidade, a figura feminina remete a uma realidade totalmente distinta: a persistência da violência contra a mulher exemplifica a atual cultura machista e a vulnerabilidade sócio-econômica do contexto atual.    Em primeiro plano, a cultura conservadora, advinda dos moldes pré-êxodo rural, sempre impôs à mulher a função única de viver para cuidar do lar e dos filhos. Nesse aspecto, o marido se sente superior pelo fato de ser o mantenedor da casa e se vê no direito de mandar e reprimir os seus ''subordinados'. Segundo o psicanalista Eduard Zalm, 80% dos casos de homens narcizistas, em relações conjugais, são acompanhadas de vários tipos de agressões, entre elas: psicológica e física. Com isso, observa-se os indícios apresentados por 237 mil denúncias através do Ligue 180 em 2010.    Ademais, a vulnerabilidade feminina é resultado da escassês de políticas públicas que invistam na inserção de direitos em várias áreas como: trabalhista, salarial e no que tange a proteção. Diante disso, a impunidade diante do crime de feminicídio faz com que o número de assassinatos só aumente - uma vez que os companheiros se tornam cada vez mais violentos e as companheiras cada vez mais vulneráveis. Diante disso, vale ressaltar que muitas mulheres aceitam se submeter à situação por falta de meios para se sustentar e até mesmo por medo do que podem encontrar de julgamentos em uma sociedade preconceituosa e machista.     Sendo assim, concerne ao Governo Federal a função de estabelecer formas de incentivo à defesa da mulher juntamente com as instituições policiais de cada estado. Para isso, é necessário que seja feito o monitoramento semanal de casos registrados em boletim de ocorrência, com visitas de psicólogos e policiais que investiguem se está tudo dentro da normalidade e se houve mais ameaças ou agressões, Dessa forma, as medidas protetivas terão mais eficácia na diminuição de feminicídios. Outrossim, os meios midiáticos como: televisão, rádio, internet e redes sociais devem oferecer propagandas teatrais que simulem os diversos tipos de agressões e como denunciá-los. Dessa forma, as mulheres poderão perceber que vivem em relacionamentos abusivos e tomarão atitude de denunciar. Sendo assim, a nação poderá ver o início do nascimento de muitas ''Marias Bonitas'' e não mais a morte de tantas inocentes.