Enviada em: 15/06/2017

Brás Cubas, o defunto autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas”, que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão, a postura de muito brasileiros frente a persistência da violência contra a mulher é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Isso se evidencia não apenas pelos casos de agressão, como também pela lenta mudança na mentalidade do povo.      Nesse contexto, é importante salientar que apesar dos esforços do governo, com a Lei Maria da Penha, crimes contra a mulher continuam a ocorrer, À vista disso, o número de feminicídios no período de 1980 a 2010 cresceu 230%, tornando constante pavor dentre a população feminina. Assim, além dos abusos físicos, casos relatam ataques a integridade psicológica que muitas vezes causam medo e a depressão diante das ofensas e ameaças sofridas.    Outrossim, vale ressaltar que, segundo Sócrates “os erros são consequência da ignorância humana”. Analogamente, a alienação diante destes problemas é causada por resquícios de uma mentalidade antiga, em que o macho provia o sustento da família e a fêmea era sua subordinada. Em virtude disso, diversas crianças observam esses atos de barbárie e crescem acreditando ser comum, tornando mais difícil a denúncia diante de tantas influências.       Portanto, medidas são necessárias para combater a violência contra mulher. Sendo assim, cabe ao Ministério da Justiça em parceria com escolas de informática desenvolver um aplicativo que possibilite notificação dos crimes de forma anônima online, com objetivo de tornar o relato de casos disponível em todo o Brasil. Ainda, cabe à população divulgar campanhas de conscientização através das redes sociais, visando ensinar conceitos de cidadania e respeito aos jovens. Dessa forma, teremos um país mais justo para todos.