Enviada em: 26/02/2018

Briga de "marido e mulher": deve sim se meter a colher       A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: a dependência sócio-econômica e a impunidade do agressor.       O pensamento machista voltado ao ordenamento patriarcal, cuja organização da família é em torno da figura do homem e da autoridade masculina como "chefe da casa" e provedor, enquanto à mulher cabe na dinâmica familiar, a responsabilização pelos serviços domésticos, dificultam sua entrada no mercado de trabalho, o que gera impossibilidade de alcance a uma independência sócio-econômico das companheiros. Tal cenário de submissão têm-se perpetuado em nossa sociedade ao longo dos anos, mesmo que mascarado, visto que, o Código Civil de 1916, considerava as mulheres casadas incapazes e sujeitas a permissão do marido para trabalharem.         Além disso, apesar da Lei Maria da Penha de 2006 ter aumentado o rigor das punições para violência doméstica e familiar e da Lei do Feminicídio de 2015, ter colocado o assassinato de mulheres no rol de crimes hediondos, historicamente, os registros de ocorrência de violência contra mulher possui a maior taxa de subnotificação, já que as vítimas ficam constrangidas e com medo de represálias, como tratamento humilhantes nas delegacias, julgamento moral e exposição íntima na coleta de provas, favorecendo a impunidade do agressor.       Em suma, para prevenir a violência, a ferramenta mais eficaz é a educação para transformar a mentalidade e a cultura arraigada em um povo. Bem como, em outro eixo, o Governo deve potencializar mecanismos de proteção e assistência às mulheres, como o aumento das delegacias especializadas e de programas federais como o "Mulher, Vivem em Violência", responsável por implantar a Casa da Mulher Brasileira, visando o acolhimento, abrigo e atendimento às mulheres em situação de violência. Dessa forma, haverá a redução dos índices de violência contra as mulheres.