Enviada em: 26/07/2018

Uma das passagens mais clássicas da história da filosofia é a "Alegoria da Caverna", de Platão. Nela, o filósofo utiliza de uma metáfora na tentativa de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos, e o que seria necessário para se atingir o "Estado ideal". De forma análoga, é necessário buscar maneiras para extinguir a intolerância religiosa no Brasil, por se tratar de práticas que refletem a ignorância da sociedade contemporânea, frente à diversidade cultural.     Em primeiro plano, é necessário destacar o caráter de inferiorização histórico-social que são atribuídos aos credos marginalizados socialmente. As religiões de matriz africana, por exemplo, são as que mais sofrem com a intolerância, por terem origem em sociedades que, por muitos séculos, tiveram seu território e corpos explorados por serem considerados menos desenvolvidas.     De outro lado, ganha dimensão a negligência por parte dos setores relacionados à educação. A escola, durante os ensinos fundamental e médio, deixa de lado aspectos importantes com relação à diversidade cultural que acompanha a sociedade brasileira desde sua formação. Assim, os alunos são privados de um ensino que promova sua formação em cidadãos críticos e conscientes.      Portanto, faz-se necessário a elaboração de medidas que deem conta de solucionar essa problemática. Para o educador Paulo freire, "a educação transforma as pessoas, e estas mudam o mundo". Assim, compete ao Ministério da Educação, em parceira com as prefeituras municipais, a inserção de um plano educacional nas escolas, o qual contemple, nas disciplinas de história e sociologia, o ensino a respeito da diversidade cultural, bem como a importância do respeito ao próximo, com o fito de que os alunos se tornem cidadãos mais tolerantes. Desse modo, tornar-se-á possível, por meio do conhecimento, a construção de um contexto que possibilite que a sociedade se liberte da caverna da ignorância descrita por Platão.