Enviada em: 03/10/2018

Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os caminhos utilizados para combater a intolerância religiosa no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado somente na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas, consequências e possível solução para o impasse.    Sob esse viés, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema, visto que a Constituição Federal de 1988 possui artigos e incisos propostos especificamente no âmbito de opor-se à perseguição religiosa, contudo, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, são mais de duas denúncias por semana no que se diz respeito a questão. Outrossim, destaca-se uma grande ignorância por parte da sociedade em relação às religiões praticadas pela minoria da população. Seguindo essa linha de raciocínio, o filósofo Immanuel Kant, sustenta a ideia de que: "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele".   Diante disso, é fácil analisar alguns dos efeitos desse impasse na contemporaneidade, como os altos índices de denúncias por preconceito religioso, aliado à mais de 20 casos de violência física, nessa mesma perspectiva, de 2011 a 2014.     É evidente, portanto, que não só a ineficiência do Poder Judiciário, como também o prejulgamento preconceituoso das relações existentes dentro das religiões menos praticadas pela população, dentro da sociedade, promovem o aumento de casos de discriminação, o que implica na ineficiência dos caminhos utilizados para se combater a intolerância relacionada à religião no Brasil. Em prol de mudanças, nesse sentido, é importante que o Ministério da Educação (MEC) institua, nas escolas, palestras ministradas por sociólogos que discutam o combate à intolerância religiosa e a importância do respeito as diferenças.