Enviada em: 05/10/2018

Apesar da inércia ser uma lei física, ela se encaixa também na questão do desrespeito com a opção religiosa. Uma vez que a intolerância religiosa se faz presente no país – ainda que discretamente – e é fruto de uma ética cristã fundamentada no fato de que o Catolicismo já foi a religião oficial do Brasil por meio do preconceito contra religiões africanas – principalmente – dada a ineficácia da política pública atual na perpetuação da anomia.       Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a anomia é uma negação da ordem quando as normas são ineficazes ocasionando o enfraquecimento do poder do Estado e, por conseguinte, o estímulo do preconceito. Preconceito, esse, praticado indiretamente - ou não - em comentários maldosos sobre uma prática de religião, por exemplo, ainda é visível no cotidiano brasileiro.       Apesar da diversidade cultural – e religiosa – brasileira deparar-se com esse tipo de violência é um absurdo, ainda mais quando quando a Constituição Federal garante a liberdade de culto. Sem mencionar o fato de que independente da crença religiosa, todas elas convergem para tornar a vida do seu membro melhor. Por isso, é inadmissível que haja interferência de outrem na escolha pessoal de ótica de mundo de um indivíduo.       Diante desses impasses, é preciso garantir o fim desse prática sutil, mas não menos relevante para a construção da verdadeira democracia, isto é, mais aberta às diferenças. Destarte, o Ministério da Cultura deve investir mais no desenvolvimento de obras, palestras e representações artísticas nas escolas e nos canais televisivos para conscientizar a população no que tange o respeito as diferenças religiosas em um país com tamanha miscigenação como o Brasil.