Enviada em: 29/10/2018

De acordo com a teoria Aristotélica, o homem é um ser sociável e necessita, portanto, de interações sociais para sua sobrevivência. Entretanto, seu comportamento antiético na esfera da intolerância religiosa não só é um contraponto à tal premissa, como também ignora as díspares influências na construção social brasileira. Portanto, o combate à intolerância de cunho religioso é medida que se impõe.       Dessa maneira, é cristalina a manutenção da laicidade do Estado. Pois, com uma abrangência cultural tão ampla, decorrente de seu passado colonial e dimensões continentais, o Brasil abrange diversas crenças. Em desinência disso, é imperioso a existência de um Estado neutro frente a essas questões, a fim de que uma ideologia não se sobreponha à outra.       Analisa-se, ainda, a obra "Modernidade líquida" de Zigmund Bauman. De acordo com o autor, a individualidade é um dos principais entraves no mundo contemporâneo. Pois, colocando seus valores à frente dos demais, o indivíduo moderno é um potencial intolerante na convivência em grupo. Deve-se, em vista disso, conter tal processo por meio de uma educação inclusiva e tolerante.       Dito isso, é temerário ao Ministério Público a garantia de um Estado laico, sendo inconcebíveis bancadas religiosas nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. Ademais, é necessário também, por iniciativa do Ministério da Educação, palestras e aulas curriculares que ensinem o respeito e tolerância sobre as crenças alheias. Outrossim, urge mais canais de denúncias para tais crimes, bem como sua divulgação midiática. Feito isso, há esperança que perfaça-se uma sociedade Aristotélica, livre das mazelas da intolerância religiosa.