Enviada em: 30/10/2018

É incontrovertível que o Brasil é um gigante miscigenado e multicultural. Nesse sentido, não obstante, mediante fatores em âmbitos históricos, socioeconômicos, morais e técnicos, a problemática da intolerância tangente ao credo se faz presente no país, sendo um ato retrógrado, de caráter destrutivo e inercial, a ser combatido.  Primordialmente, é válido ressaltar que as religiões afro-brasileiras são as mais vitimadas estatisticamente. Nesse contexto, associando-se ideário marxiano da economia como determinante da sociedade e heranças históricas onerosas à população outrora escravizada, observa-se raiz desse preconceito, haja vista comuns e errôneas associações entre a citada fatia demográfica e a baixa renda monetária. Destarte, visões inferiorizantes e, não raro, etnocêntricas são propiciadas e, por sua vez, viabilizam a violência.  Outrossim, o advento da World Wide Web e da internet dá impulso a manifestações odiosas por meio do anonimato, sendo essas agressões tão passíveis de repreensão quanto as físicas. Assim, somando-se ainda teoria machadiana do homem como ser imoral, desprovido de virtudes e determinismos lamarckianos á recorrente ignorância referente às diferentes religiões, é possível analisar bases intrínsecas da questão intolerante.  Em consequência dos fatos supracitados, configura-se uma ameaça à própria diversidade cultural canarinha, contrariando o exposto por Gilberto Freyre em ''Casa Grande e Senzala''. Também é ferida a isonomia inerente aos cidadãos, uma vez que favorece um ou outro credo, e é formado um ambiente de insegurança para que a população manifeste suas crenças livremente.  Conforme diz Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado até que uma força atue sobre ele. Desse modo, a aplicação de força suficiente contra o percurso da intolerância religiosa no Brasil é imprescindível e é um caminho para combatê-la.