Enviada em: 26/03/2017

Como erradicar com a intolerância religiosa, um problema milenar?        Historicamente, a religião já esteve relacionada a inúmeras passagens de guerras, atrocidades e fatos que, podemos concluir, foram repletos de intolerância. A verdade absoluta imposta por cada credo já desperta por si um conflito social. Contudo, se suprimida seria excluída a ampla representação histórica e cultural da religião juntamente com a liberdade de crença e expressão.       É inegável que a intolerância tem como base o sentimento egocêntrico, pois o indivíduo busca convencer a todos de que seus valores são corretos; e quando não aceitos pelas outras pessoas esse utiliza-se da agressão física ou verbal para impô-los, sendo incapaz de denotar a liberdade de culto e os direitos dos outros. Nesse sentido, aperfeiçoar a tolerância as diferenças, assim como, na Roma Antiga, os patrícios respeitaram o Edito de Milão, que permitia o culto ao catolicismo em um Estado politeísta, assegurada em um regime democrático, em parte pela laicidade do Estado, é uma necessidade e não um fato opcional.         Embora a ação do Judiciário seja indispensável, não é necessário apenas punir quem aja contra a liberdade de culto e expressão do outro. Assegurar que o Estado, através do MEC e do Ministério das Comunicações, invista tanto na educação, ensinando a premência do respeito e conhecimento da diversidade de crenças, valores e tradições; quanto em campanhas, que transmitam como valor primordial o fato de um homem sábio procura compreender as coisas antes de julgar; enquanto outro de conhecimento reduzido julga sem pensar e de modo equivocado, são outras medidas profiláticas para reduzir o problema.        É evidente, portanto, que a intolerância e suas diversas variações realmente são um problema, já que, visam destruir, ofender ou coagir determinado indivíduo ou grupo detentores de valores diferentes. Segundo Saint-John Perse, a democracia, mais do que qualquer outro regime político, exige o exercício da autoridade. Sendo assim, o Estado deve exemplificar para a população, através de campanhas de conscientização feitas pelo MEC em consonância com o Ministério das Comunicações, a importância de respeitar os valores diferentes, tendo em vista, que esses carregam em si toda história, costumes, tradições e cultura comum de um povo. Ademais, partindo de tal compreensão, o Estado deverá oferecer ramais de telefonia para que a população não apenas respeite, mas também denuncie a tentativa de segregação religiosa imposta pelos intolerantes. Quem sabe assim, com a população agindo em consonância com o Estado, será possível erradicar, de fato, com esse mal milenar, que tem como principal característica a violação ao Estado Democrático de Direito.