Enviada em: 12/04/2017

Segundo Alfredo Bosi, o “Brasil é plural, mas não caótico”, portanto, pensar no Brasil e associar a sua grande diversidade é inevitável. Dentre essas diversidades, encontra-se a religiosa, entretanto, conviver com ela é vista, por diversas vezes, como um desafio, promovendo a intolerância e ferindo o que é estabelecido na Declaração Universal dos Direito Humanos (DUDH).      A intolerância religiosa está incrustada na sociedade brasileira e é agravada com o advento da globalização. A globalização possibilita a disseminação de povos e padrões por todo o mundo, e aqueles que não seguem são vítimas da exclusão, da intolerância e da violência. A diversidade religiosa se encaixa nesse contexto, visto que aqueles que participam de religiões consideradas contrarias àquela que sempre foi maioria no país (como a católica, no Brasil), são vítimas de intolerância, que é evidenciado ao analisar os dados, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, de que a cada 3 dias, uma denúncia de intolerância religiosa é feita (excluindo àqueles que não denunciam).          Conviver com a diversidade religiosa não é um desafio, porque não é algo para ser superado, mas sim coexistir harmonicamente com a cultura do país, visto que religião é cultura pois faz parte dos valores de uma nação, logo, a variedade religiosa não é um ultraje ou desafio a um país, mas sim a própria cultura, e todo país que se preze, zela por sua cultura.        Além do mais, a intolerância religiosa fere a DUDH, sendo considera ruim. Os artigos 18° e 19° da DUDH, afirmam que todos têm o direito de liberdade de expressão e religiosa, bem como os artigos 12° e 30°, declaram, respectivamente, que ninguém sofrerá intromissões arbitrariamente em sua vida privada, e que ninguém poderá desrespeitar o que a DUDH garante; o Código Penal Brasileiro classifica a intolerância como crime com pena de até 1 ano, ou multa.       O caminho a ser seguido para combater a intolerância religiosa no Brasil é a combinações de ações governamentais e individuais. Deve-se realizar projetos em escolas e acréscimo na grade curricular, pelo coordenador pedagógico, de aulas que trate do assunto, deve-se promover propagandas governamentais, com o teor de conscientizar que a intolerância religiosa é crime, deve-se, também, dialogar com seus filhos a fim de frisar que a diversidade religiosa não deve ser encarada como um desafio, mas sim como uma oportunidade de se aprender sobre estas outras culturas e outras concepções de mundo.