Enviada em: 28/04/2017

A cada ano a intolerância religiosa recebe maior destaque, não só no Brasil mas no mundo, uma vez que com o avanço da globalização, os fluxos populacionais de imigrantes e refugiados se tornaram mais acessíveis, o que contribuiu para uma "diáspora religiosa". A causa da intolerância ganha maior respaldo por conta dos dados: hoje, ocorre uma denúncia a cada três dias, e até julho de 2014, 12% delas envolveram violência física, segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Os maiores agentes dessa problemática são o discurso de ódio, potencializado pelos esteriótipos vigentes; e a parcialidade político-ideológica no governo.           No primeiro caso é evidenciado a influência dos esteriótipos religiosos como aquele em que as religiões afro-brasileiras - principalmente o candomblé - são associadas a feitiçarias e "magias do mal". Tal construção preconceituosa da mentalidade advém da falta de compreensão do lugar do outro, sua importância e consequente liberdade religiosa. Nesse contexto, o discurso de ódio é formado e reflete a perda da consciência humanitária.             No segundo, a ausente impessoalidade do discurso político aumenta a segregação religiosa, ao prevalecer a católica e a evangélica. Essa disparidade apresenta-se no descumprimento da laicidade do Estado, que é notada nos feriados, destinados a santos e na iconoclastia (objetos de cunho religioso) em estabelecimentos públicos como fóruns e o próprio Congresso Nacional. Dessa forma, a parcialidade permite que partidos, a exemplo da Bancada evangélica, potencializa a segregação assim como possibilitam o descaso governamental para com a causa da intolerância.            É necessário, portanto, a longo prazo, construir uma mentalidade acerca das liberdades individuais em nosso meio, através do incremento de mais aulas de sociologias nas escolas públicas e particulares, pelo MEC. E a curto prazo, uma reforma na esfera política a fim de garantir uma imparcialidade do Estado e dar maior voz a questão, por meio de ações no meio legislativo, como a criação de um disk denúncia, específico para esses casos, e  ampliação das leis que regem a problemática, atos que podem ser realizados pelo Governo Federal.