No Brasil contemporãneo, há uma discussão acerca da falta de respeito com a religião do outro. Isso se evidencia, não só pela falta de conhecimento a respeito das diversas religiões, assim como pelo pré julgamento, principalmente, em relação às de origem africana. Será que esse tipo de comportamento agressivo não poderia ser extinto se a sociedade estivesse disposta a cultura e a religiosidade diversa que existe em nosso país? Segundo Freud, algumas pessoas costumam transferir para o discurso aquilo que não conseguem realizar na prática e, a partir dessa premissa, começam a fazer julgamentos em relação ao comportamento do outro. Assim, partindo dessa percepção freudiana, vê-se que há uma falta de conhecimento da pluralidade religiosa e cultural que existe em nossa sociedade e, consequentemente, não só ocorre um julgamento para com a crença religiosa do outro, mas também a intolerância que resulta em agressão, tanto verbal quanto física. Ao contrário do que ocorreu na Idade Média - período em que a Igreja Católica condenou à fogueira milhares de pessoas acusadas de heresia e bruxaria, devido a falta de conhecimento da época que, resultou em intolerância e agressão - o atual Papa, depois de muitos séculos, propôs que houvesse um diálogo entre as diversas religiões, para que juntas pudessem entender os problemas sociais. Além disso, o preconceito que há, principalmente, com as religiões de origem africana, são reflexos do período da escravidão, no qual os negros eram vistos como inferiores aos seres humanos e não se sabia sobre sua origem e suas práticas religiosas. Sendo assim, portanto, faz-se necessária a participação social e governamental, na promoção de políticas públicas que visem levar conhecimento e informação da pluralidade religiosa. Dessa forma, será possível levar a realização de uma sociedade mais tolerante para as gerações vindouras.