Enviada em: 17/07/2017

Que atualmente diversas pessoas são opositoras a diversas religiões isso é fato, esse aspecto contemporâneo relevante está relacionado à intolerância religiosa evidente no Brasil. Diante disso, pode-se destacar como causas do problema fatores histórico-culturais ligados ao racismo e a inexistência de um mecanismo eficiente de denúncia desses casos de intransigência relacionada à liberdade de culto. É inegável que a chegada dos “soldados de Cristo” em terras brasileiras no século XVI tenha dado início à aculturação dos povos nativos, sobretudo no que diz respeito à religião, e representado o marco inicial da expansão do catolicismo no país. Consequentemente, a religião católica apresenta hoje o maior número de seguidores entre as religiões praticadas no Brasil. Desse modo, a preocupação aumenta no país à medida que se verifica um maior número de casos de intransigência religiosa com base no preconceito racial e/ou cultural. Nesse contexto, dados da Secretaria de Direitos Humanos registraram 75 casos contra religiões afro-brasileiras entre os 216 referentes ao período de 2011 a 2014. De fato, a Revolta dos Malês ocorrida há mais de um século já evidenciava a intolerância contra descendentes de africanos. Com base nisso, deve-se considerar novos caminhos para combater a intolerância, seja no meio educativo, religioso ou midiático, como a criação de um mecanismo eficiente de denúncia contra esse tipo de violação dos direitos humanos. Nesse aspecto, não há no país delegacias específicas para denúncias de casos de preconceito religioso análogas à Delegacia da Mulher nem meios alternativos para realizá-las de maneira instantânea e eficiente. Em vista dos argumentos apresentados, é necessário que se tome novas medidas para resolver o entrave. Inicialmente, as instituições religiosas devem promover o respeito e a aceitação da diversidade de religiões no país durante suas pregações. Por sua vez, o poder público pode criar um aplicativo de denúncia online desse tipo de preconceito, e a mídia, divulgá-lo. Por fim, tendo em vista que “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”.