Enviada em: 31/07/2017

Diversidade para crescimento    De acordo com o sociólogo Betinho, o desenvolvimento de uma sociedade apenas acontecerá quando alguns pontos essenciais forem firmados, entre eles a diversidade. Entretanto, no Brasil, a intolerância religiosa rompe esse princípio, o que configura-se, pois, como um problema a ser combatido. Dessa forma, torna-se válido analisar como raízes histórico-culturais e a ineficácia das leis agem na manutenção do contratempo.     De início, notam-se razões históricas para o preconceito com o diferente. Isso porque, durante a colonização portuguesa, que foi uma realidade de mais da metade dos tempos brasileiros, as crenças africanas e indígenas foram reprimidas em detrimento da principal religião européia, o catolicismo. Com efeito, por ter sido tão impulsionada no Brasil,  a desvalorização das demais culturas tornou-se um legado ainda visto na sociedade atual. Consequência disso são recorrentes casos de violência contra seguidores de crenças não muito difundidas, a exemplo de uma garota que, em 2015, foi apedrejada apenas por ser adepta ao candomblé.      Ademais, é indubitável que a falta de eficácia das escritas constitucionais esteja corroborando com o contexto. Isso ocorre em virtude de, conquanto seja considerada um crime de ódio, a intolerância a díspares crenças continuar a ser muito presente no país, principalmente em razão de penas leves que, geralmente, não chegam a um ano de prisão e pela falta de conhecimento populacional sobre as normas já existentes. Assim, por não representar punições efetivas aos olhos dos infratores, muitos continuam a praticar atos cruéis de intolerância. Logo, não é à toa que a Secretária dos Direitos Humanos registrou, ao longo de 2011 a 2014, mais de duzentos casos envolvendo essas situações, que, diversas vezes, implicam em violência física e, consequentemente, ferem a diversidade e a igualdade.    Portanto, esse cenário é danoso para a sociedade e deve percorrer caminhos para ser solucionado. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, em escolas de ensino fundamental e médio, não só palestrar sobre a necessidade de respeitar a variedade religiosa brasileira, mas também mostrar os prejuízos que a intolerância pode causar. Assim, criar-se-á futuros adultos ainda mais conscientes de seus deveres como cidadãos. Ademais, o Poder Legislativo tem a opção de tornar as leis mais rígidas, ao obrigar os indivíduos, além de cumprir pena, pagar serviços comunitários e sempre indenizar as vítimas por danos morais. Escolas e a mídia devem propagar essas novas regras e, dessa maneira, garantir esse conhecimento à população do Brasil. Destarte, se tomadas essas condutas, a diversidade religiosa será mais respeitada e o país poderá se desenvolver com maior índice de êxito.