Enviada em: 23/08/2017

Brasil miscigenado                       Religião: do latim, religar; unir. Ademais, diferente do seu significado, tem sofrido e sido usada para segregar e sofrer violência; onde negros são vítimas de agressões físicas e refugiados muçulmanos sofrem violência verbal. O Estado, ainda assim, conta uma "bancada evangélica" num país que deveria ser laico, expondo um Brasil ainda escravo de 1500.                      A relação de intolerância no Brasil deu-se início com a vinda dos escravos africanos e dos Jesuítas, séculos antes, onde uns foram submetidos á crença dos outros. Esse histórico, todavia, ainda se repete num Brasil atual e miscigenado, onde os dados comprovam que a religião afro-brasileira continua sendo segregada e submetida á preconceitos verbais e agressões físicas.                       Por Constituição, vive-se num país laico. Ainda assim, há presença de "bancadas religiosas" específicas no seio do Congresso. Onde não há representatividade, não há democracia. A busca para combater esse problema tão antigo deve ser uma luta travada inicialmente no próprio Estado, dando por conseguinte igualdade de voz á população de diversas crenças diferentes, segundo Voltaire, que dizia nem sempre concordar com a fala do outro, mas que lutaria até o fim pelo direito dela ser dita.                        A desigualdade no tratamento ás religiões revela a falha na Educação; onde há a falta de conhecimento acerca das diversas culturas que existem e na falta de diálogo. Paulo Freire acreditava numa cultura da paz, onde educação e tolerância são sinônimas.                          É necessário, portanto, religar a religião ao conhecimento e ao respeito. É dever do Estado ser verdadeiramente laico e democrático, oferecendo políticas que ouçam as diversas religiões e oferecendo, junto com a Escola, debates multi-religiosos dentro e fora do Parlamento. As mídias sociais e a Polícia devem, juntas, estimular campanhas de denúncia, onde o não tolerado seja o preconceito e a agressão.