Enviada em: 11/10/2017

Livre escolha       A tolerância cristã está sendo, cada vez mais, colocada a prova. Nas últimas décadas, a religião da maioria dos brasileiros, tem sofrido um crescente número de ataques. A omissão do estado, em garantir a aplicação das leis que asseguram a proteção de símbolos religiosos, reduzem o número de denúncias, prejudicando não só a religião católica como todas as demais e suas relações. A atual situação, na qual não se cultiva o respeito, prejudica a formação de um estado laico.       Durante o século XXI, passou a ser comum, e algumas vezes aplaudido, o ato de ridicularizar símbolos cristãos. Através da utilização de um conceito, muitas vezes deturpado, de arte; o Artigo 208 do código penal, que prevê pena ao vilipendio de artigos religiosos, têm sido desrespeitado frequentemente. Dois casos recentes assustaram grande parte dos brasileiros. Em 2013, membros de um movimento denominado "marcha das vadias", que defende a igualdade de gênero, atearam fogo em bíblias e introduziram em seus ânus crucifixos com a figura de cristo.  Em um caso mais recente, um museu apresentou obras com cristo segurando um plug anal e osteas com inscritos ofensivos aos cristãos.       Porém o problema vai muito além da religião católica. A ausência do poder público para coibir a destruição e o desrespeito dos ícones religiosos, assegura que esse tipo de ato continue se intensificando para com todas as religiões. Somado a isso, pelo motivo das religiões muitas vezes se tornarem ideologias, a omissão na proteção das devoções, que deve ser igual para todas as crenças, intensificam os conflitos inter-religiosos, prejudicando ainda mais o processo de fortalecimento de um estado laico.        Torna-se evidente, que por se tratar de uma questão complexa, a mesma deve ser combatida por meio de diversos setores e em curto e longo prazo. Em um primeiro momento, deve ser realizada a efetiva aplicação das leis do código penal pelo poder público. Em um segundo instante, para o real combate das questões, a esfera escolar é de fundamental importância. Cabe a essa, desde os anos iniciais, incentivar o acesso ao conhecimento sobre todas as religiões, sempre de forma imparcial, através de aulas, trabalhos e apresentações. Sempre dando ênfase aos valores mais humanos de cada uma, e na necessidade de respeitar as peculiaridades. Somente desse modo, as denúncias poderão ser realmente atendidas e as futuras gerações estarão livres para escolher no que acreditar.