Enviada em: 31/03/2018

A intolerância religiosa, no Brasil, tem sido uma problemática social.O que se nota, no entanto, é que ela não se manifesta de forma direta, mas oculta e sutil.Não só uma forma de gerar agressões, mas também um canal de preconceitos e agregação de estereótipos.        Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, entre janeiro de 2015 e o primeiro semestre de 2017 o Brasil registrou uma denúncia a cada 15 horas de intolerância religiosa. Grande parte das ocorrências referem-se às religiões afro-brasileiras, visto que essas possuem raízes do período de escravidão, o preconceito surtido se perpetua até os dias atuais através de palavras como: “macumbeiros, “bruxos” (referindo-se aos crentes na existência de orixás) e em agressões físicas.         Embora Mahatma Gandhi já tenha dito que “a tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças, mas tolerância não significa aceitar o que se tolera”, a sociedade atual possui arreigada traços etnocêntricos que impõem uma religião acima de outras,na qual as pessoas perpetuam entre si o preconceito para reprimir àqueles que não comungam do mesmo pensamento, sendo assim, um viés totalmente contrário ao pluralismo religioso garantido pela lei a fim de que haja tolerância da fé expressa pelo outro.       Portanto, para resolvermos o impasse, medidas devem ser tomadas. O governo juntamente com o Ministério da Educação, têm a incumbência de promover debates, oficinas e peças teatrais que abordem a problemática social da intolerância religiosa com o intuito de desconstruir a visão etnocêntrica e estereotipada entre as religiões. Ademais, o Ministério Público, por sua vez, está encarregado de  gerir as ações judiciais com rigor contra atitudes ofensivas à diversidade de crença para mitigar os alarmantes casos de violência e preconceito.