Enviada em: 16/04/2018

Desde o período da colonização brasileira, o etnocentrismo imperava. Como exemplo, os indígenas foram catequizados e convertidos ao catolicismo como forma de suprimirem suas crenças politeístas. Não obstante, o processo de aculturação foi acometido também aos negros africanos.Durante todo o contexto histórico de escravidão, foram execrados por suas crenças e rituais, e eram denominados como bruxos pelos portugueses. Ao longo desse processo histórico-cultural, o Brasil hodierno se tornou um grande exemplo de miscigenação evidenciando o seu multiculturalismo, no entanto, a problemática enraizada desde o período colonial, ainda se faz muito presente no século XXI: a intolerância religiosa. Diante disso, entende-se que é preciso pautar o continuísmo desse preconceito religioso visando criar uma nação harmônica e respeitosa.  Mormente, para Zygmunt Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", ele defende a ideia de que a  pós modernidade é formada pelo individualismo, logo, é um dos maiores conflitos enfrentados pela sociedade. Partindo desse pressuposto, nota-se, que a sociedade encontra dificuldade em respeitar as díspares religiões, haja vista que, muitos julgam a sua religião como apropriada a ser seguida, dessa forma, agem com preconceito às crenças divergentes. É preciso dizer ainda, que, muitos possuem uma mentalidade arcaica advinda do processo sociocultural, uma vez que, há uma visão negativa às práticas da religião afro-brasileiras, pois estes fiéis, ainda são vistos como "bruxos" por uma grande massa resultando em agressões verbais, físicas e morais. Desse modo, torna-se justificável o grande número de denúncias dos praticantes dessas religiões.   Convém mencionar, que o laicismo do Estado Brasileiro assegurado pela Constituição, está sendo infringido, dado que, a interferência das igrejas na política tem sido constante. Prova disso, é que hoje existe uma bancada religiosa fundamentalista no Congresso Nacional. Por conseguinte, é notório que os conservadores (grande parte são padres, pastores e políticos) intensificam a intolerância, visto que influenciam grande parte dos indivíduos a seguirem crenças e pensamentos que são propagados por eles.  Mesmo que exista o artigo 208 do código penal, que pune os crimes de intolerância religiosa, ela ainda está enraizada na sociedade. Portanto, para mitigar esse preconceito, é preciso implantar o ensino de religião em todos os centros educacionais, visando formar jovens que saibam respeitar as diversidades religiosas. Outrossim, o Estado deve criar campanhas de conscientização por meio da TV e também fornecer projetos culturais nas escolas ministrados por líderes religiosos de diferentes dogmas a fim de quebrar os estereótipos e os tabus herdados desde o período colonial.