Enviada em: 30/04/2018

Ao atuar como uma das três leis newtonianas, a lei da inércia afirma que um corpo tem tendência a permanecer em constante repouso ou movimento retilíneo e uniforme, até que atue sobre ele uma força suficiente para mudança do seu percurso. Sob esse viés, o racismo é um problema que persiste na sociedade brasileira. Logo, ele representa um desafio a ser enfrentado de forma mais expressiva pela população. Diante disso, em vez de atuar como a força suficiente para a mudança de rota desse, a intolerância dos indivíduos aliada às ideias conservadoras contribuem para a intensificação de tal problemática no Brasil.      A esse propósito, é indubitável que a intolerância do ser humano seja uma das principais intensificadoras desse contraponto no tecido social brasileiro. Segundo o importante poeta italiano Giacomo Leopardi, ao dizer que nenhuma qualidade humana é mais intolerável do que a própria intolerância, faz uma crítica àquela parcela de indivíduos incapazes de aceitar o que o outro faz ou é. Algo inadmissível, haja vista que em um país como o Brasil, onde mais da metade da população, 54%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é composta por negros e pardos, ainda existam pessoas que discriminam outras pela sua cor.        Considera-se também, as ideias conservadoras como impulsionadoras do problema. Isso acontece porque, muitas pessoas ainda acreditam que seja necessária a submissão e violência sofridas pelos negros durante o período colonial ao invés da preservação desses povos, visto que, foram de grande importância para a formação da cultura brasileira. Algo inaceitável, se considerado que o artigo 3º da Constituição Federal de 1988, que concerne ao bem de todos sem preconceitos, não constata com o factual, tendo em vista o não cumprimento por parte dos indivíduos.      Torna-se evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um Brasil melhor. Diante disso, é dever do Governo por meio de investimentos na educação, melhorar não só a qualidade, mas também a rigorosidade das leis, haja vista que muitas estão presentes apenas no papel e não na realidade, com isso evitará a intensificação do racismo na sociedade. Ademais, é necessário que o Ministério da Educação (MEC) fomente nas escolas, campanhas e palestras que discutam o combate ao preconceito racial, a fim de que o tecido social desprenda-se de certos mitos e não viva no mundo das sombras, bem como na alegoria da caverna do filósofo Platão.