Enviada em: 03/10/2018

Desde os processos denominados “revoluções industriais” e a ascensão do capitalismo, o mundo vem priorizando produtos e mercado em detrimento de valores humanos essenciais. Refletindo a respeito de caminhos para combater o racismo no Brasil, é possível afirmar que não é uma invenção atual. No século XXI, a problemática ocorre em virtude de dois fenômenos evidentes: a ineficiência governamental, acompanhada pelo egocentrismo social. Dessa maneira, faz-se indispensável uma cautelosa discussão, a fim de enfrentar essa nova realidade com uma postura crítica.       É possível avaliar, antes de tudo, a inatividade da lei sobre o racismo, como uma das principais adversidades. Observa-se, no ano de 1989 foi criada a lei N° 7.716 contra crimes derivados de preconceito contra raça ou cor. Todavia, ainda é premente, como noticiado no Jornal Nacional, no ano de 2018, no estado de São Paulo o caso de preconceito ocorrido com um cliente do "Burger King", qual teve o adjetivo "macaco" escrito em seu pedido. Logo, torna-se fundamental a melhor aplicação das leis, leis mais rígidas e eficientes, para que não se construa uma sociedade cada vez mais intolerante.       Desse modo, não apenas a ineficácia da lei, como também a falta de empatia por parte da sociedade, como impulsionador do problema, e um fator importante para a reflexão. Nota-se em 1888 um marco importantíssimo na história brasileira, à abolição da escravatura, apesar disso o sentimento de superioridade na sociedade ainda é existente. Seguindo essa linha de pensamento, verifica-se, na novela Carrossel, a personagem Maria Joaquina, direciona apelidos pejorativos sobre seu colega Cirilo, por ele ser de pele escura. Isto posta é possível observar que o preconceito inicia-se na infância, tornando-se nocivo, pois em um futuro próximo predominara uma sociedade etnocêntrica. Tal como é explicado na sociologia, uma sociedade etnocêntrica é aquela qual se considera melhor que os demais indivíduos.       À vista disso, fica claro que ainda há entraves para assegurar a construção de um mundo melhor. Destarte, faz-se imprescindível que o poder Judiciário, torne mais rígidas as leis, dando maior relevância a casos de injúria racial, para que o racismo diminua. Conforme já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, na sociedade civil, como familiares, estudantes, conferências culturais gratuitas, em praças públicas, ministradas por psicólogos e historiadores, que discutam o combate ao racismo, expondo a história das diversas etnias, e salientando a dos afrodescendentes, de forma que o tecido social se desprenda de certos tabus e não caminhe para um futuro degradante.