Enviada em: 17/10/2018

Apesar de libertos no fim do século XIX, a população preta continuou a viver em uma conjuntura de marginalização, graças à instauração da chamada Belle Epoque, no qual esses eram ainda vistos como uma raça inferior. Esse contexto de segregação ainda persiste em tempos hodiernos, através do racismo, graças à permanência de um pensamento colonialista de cunho retrógrado e da ausência de ações governamentais de combate a essa adversidade, impedindo o alcance de uma sociedade igualitária.    Um obstáculo para combater o racismo é a visão sobre a etnia branca ser superior à preta, que provém do período escravagista. Tal pensamento é alimentado pela metodologia de ensino presente no atual ensino básico, baseada principalmente na história europeia, valorizando-a em detrimento dos outros povos que formaram a população brasileira. Isso posto, a concepção a cerca do ser branco como algo vantajoso persiste, e situações corriqueiras de inferiorização de traços negros permanecem, como o uso dos termos "situação preta" e "denegrir" para abordar situações ruins, ou "dia de preto", para referir a trabalhos pesados.    Outro entrave para aniquilar atos racistas é a falta de eficácia na atuação governamental. Apesar da lei 7716, que torna crime o racismo, bem como das ações afirmativas, que tentam reparar desigualdades étnicas, é obser-vada pouca efetividade no que tange ao cumprimento desses mecanismos. Por conseguinte, ofensas de cunho racial continuam ilesas no âmbito social e negros perduram marginalizados, com amparos inconsistentes.      Assim sendo, é preciso vencer tais impedimentos para erradicar o racismo. Para tanto, cabe ao MEC criar comissões de inspetores para fiscalizar firmemente o modo de ensino de aspectos históricos na educação básica, de maneira que os professores cumpram efetivamente a lei 10639 e abordem a história e a importância da cultura africana em suas aulas, para que pensamentos de igualdade étnica se construam. Cabe às delegacias o cumprimento da lei e punam situações de racismo, como também cabe às prefeituras melhorar ações afirmativas para negros.