Enviada em: 19/02/2019

No ano de 1888 foi assassinado a Lei Áurea, decretando o fim da escravidão no Brasil e a revogação de qualquer lei que fosse contra tal decisão. Embora a promulgação dessa lei tenha sido uma conquista, a mesma abolia a escravidão mas não seu legado. Sendo assim, os enormes abismos sociais, econômicos e políticos, além das poucas medidas para inserir a população negra na sociedade, são algumas das problemáticas que desencadeiam na perpetuação do preconceito contra negros.       A priori, é necessário enfatizar as disparidades raciais existentes no Brasil. Segundo dados do IBGE, pretos e pardos são a maioria da população brasileira, no entanto, os mesmos ganham menos que a média do país, além de possuírem maiores índices de desemprego, trabalho infantil e analfabetismo. Dessa forma, tais fatores dificultam uma inclusão mais ampla dos negros no seio social, o que amplia ainda mais a ideologia racista e a desigualdade de oportunidades, condenando muitos negros à exclusão social.       Outrossim, centro e trinta e um anos se passaram desde a abolição da escravidão, e continua a haver no Brasil relações sociais desequilibradas. Segundo o sociólogo e cientista político Antônio Carlos Mazzeo, da Universidade Estadual de São Paulo, houve pouco investimento na integração do negro à economia nacional. Portanto, após a decretação da Lei Áurea, houve uma marginalização dos negros, problemática que se perpetua até os dias de hoje, com grande parcela dos negros vivendo nas favelas, sem emprego e acesso à educação.       Logo, é importante que o Poder Legislativo crie projetos de leis que visem uma maior inclusão dos negros na sociedade, incentivando o processo de desmarginalização, que já é tentado com a implementação do projeto de cotas raciais nas universidades, que tem o objetivo de atrair cada vez mais a população negra para esses ambientes, retirando-os das favelas. Assim, surgirão mais oportunidades de estudo e trabalho, diminuindo os índices de preconceitos e desigualdades raciais.