Enviada em: 14/05/2019

Segundo a constituição de 1988, " Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza." Porém, essa igualdade não se expressa na prática de maneira homogênea. Visto que, ainda hoje há uma grande ocorrência de casos de discriminação contra a população negra brasileira. Nesse sentido é necessário discutir sobre como combater o racismo em um país que é sinônimo de miscigenação.   Em primeiro lugar, é importante destacar as raízes do preconceito racial no Brasil. O racismo não é algo criado hoje, e sim fruto de décadas de escravidão sofrida pela comunidade afrodescendente. Essa população foi traficada para realizar trabalhos forçados e serem tratadas como objetos de comercialização. Adicionado à isso, o fim da escravidão em 1888 que na teoria marcava um símbolo de conquista, na realidade significou apenas a continuação de anos de desigualdade. Ou seja, ações afirmativas não foram aplicadas de maneira eficiente para reintegração dos negros na sociedade. Fato que não só é uma das razões da existência do preconceito, mas também exemplo de como há o descaso com essa importante questão nacional.   Além disso, é relevante analisar que muitas vezes o preconceito não é considerado como tal. Nessa perspectiva, a discriminalização não vem como violência verbal ou física, e sim na forma de exclusão dos indivíduos. Isso começa quando já na escola há uma menor frequência da população negra, o que gera maior índice de analfabetismo, acompanhado das taxas de desemprego e criminalidade. Realidade que é exemplificada através de dados do IBGE , nos quais mostram que o percentual de analfabetismo de pretos ou pardos é mais que o dobro da população branca e que morrem 153% mais negros do que brancos. Desse modo, o racismo é acentuado pelo ciclo vicioso da  desigualdade de oportunidades.   Urge, portanto, que ações sejam realizadas para o combate do panorama de discriminação racial. Cabe a mídia e a escola promoverem a reflexão da população sobre o racismo. Aquela por meio de propagandas ,em horários de alta audiência, sobre a valorização da cultura afrobrasileira e sua importância para formar a nação, e esta realizar debates dentro da sala de aula acerca de como o respeito às diferenças é necessário para construção de um país mais igualitário. Para que assim, a mudança aconteça de dentro para fora, ou seja, das pessoas para a sociedade. Ademais, é responsabilidade do governo fiscalizar e punir de maneira eficaz atos preconceituosos contra a população. Dessa forma, as palavras possam sair do papel, e os cidadãos sintam-se realmente iguais perante a lei.