Enviada em: 21/07/2017

Já afirmava Claude Lévi-Strauss 'O mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele'. Nessa perspectiva a sociedade presencia um paradoxo, o egocentrismo racial, em contrapartida a igualdade utópica, tal qual, foi prometida por um Brasil baseado no social escravocrata. Nesse contexto, surge a problemática do racismo, persistindo, ligada intrinsecamente ao pensamento humano, seja pela lenta mudança na mentalidade da sociedade, seja pelo pouco amparo estatal.     É indubitável que a questão governamental seja fator súpero sustentáculo da problemática. Para Aristóteles, a política por intermédio da justiça deveria trazer harmonia ao individuo e á sociedade. De forma análoga, tal pensamento aristotélico é rompido, haja vista que, mesmo com as políticas existentes, o preconceito resiste. Não obstante, com essa resistência surgem os crimes verbais e físicos, as mortes, e o silêncio de uma comunidade que o faz, pelo pouco auxílio, e pelo medo da retalhação.     Outrossim, a lenta mudança na mentalidade da sociedade atrela-se ao paradoxo. José Saramago, em seu livro 'Ensaio sobre a cegueira' descreve uma sociedade que paulatinamente torna-se cega. Metáforas a parte, é exatamente o que ocorre, quando a população fica cega pelas ideologias de outrora. Sendo assim, o egocentrismo do Brasil escravocrata vigora, impedindo a evolução social, nesse âmbito, carece-se o fim dessa cegueira arcaica, dando lugar ao olhar igualitário.    Infere-se, portanto, a necessidade de mudanças governamentais e sociais. O governo, em principal o Poder Legislativo, deveria fortalecer a legislação, tornando-a mais rigorosa, expressando mais segurança e confiança a quem a necessitar. Em conjunção, o Poder Executivo, por meio de ações educacionais, como palestras dispensadas por órgãos públicos, deve combater as ideologias preconceituosas e raciais.  Nesse contexto, o foco se tornaria o meio acadêmico, propiciando que os jovens carreguem consigo ideais de igualdade desde cedo. Desse modo, o equilíbrio aristotélico se tornará verídico, concomitante ao olhar igualitário.