Enviada em: 22/09/2017

Que país é esse?       Preta Gil, Tais Araujo, Maju Coutinho. Todas essa personalidades tem uma triste semelhança entre si: foram alvos de racismo. Seja de natureza histórica ou pelo caráter inercial social, tal chaga encontra fomento para persistir entre a coletividade. É evidente, então, a busca por medidas de combate para com esse fato.       É indissociável que dentre as causas do problema, estejam raízes desde a época republicana na construção preconceituosa da imagem do negro. Em 1885, com a Lei dos Sexagenários, escravos com 60 anos ou mais foram libertos. No entanto, inválidos e abandonados pelos seus senhores, muitos ficaram à mercê da miséria, fazendo com que exercessem funções irrisórias em sociedade. Que somados a isso, viabilizou a inferiorização do indivíduo perante o restante e, consequentemente, sua estigmatização.       Por outro lado, há ainda a preocupante postura do corpo social que acaba por agravar a situação. Recorrendo ao conceito da filósofa Hannah Arendt atrelado a primeira lei de Newton, o mal é algo que vem tornando-se banalizado e, por conseguinte, gera um anestesiamento do público quanto a isso. Isso porque, conforme os atos de preconceito racial se tornam frequentes e impunes, a mentalidade vigente é inerciada pela ignorância. Fazendo com que esse obstáculo, em repouso, caia em esquecimento por falta de mobilização da sociedade contra o mesmo.       Diante os aspectos supracitados, fica claro portanto, que o presente empecilho é um mal a ser vencido entre a população canarinha. Para isso, é indispensável que o Estado, em especial o Tribunal Superior da Justiça, corrobore com punições e fiscalizações efetivas para com quem pratique algum preconceito ou injúria racial. Ademais, a escola em parceria com o Ministério da Educação podem por meio de práticas e palestras incutir desde já nas crianças os valores do respeito e tolerância no que tange à diversidade. Cabe a mídia com seu alcance propagandístico, alertar e informar os cidadãos acerca dessa pauta a fim de estimular o diálogo saudável para o combate à problemática. Dessa maneira, haverá de dizer que imbróglios raciais serão atenuados e findados e, também provavelmente responder de maneira positiva a pergunta ilustre de Renato Russo ao indagar o futuro de nossa nação - o país do respeito.