Enviada em: 26/06/2018

Mães solteiras, casais homoafetivos, filhos biológicos e adotivos. Esta é a pluralidade que define o retrato e a realidade das famílias brasileiras atuais, que apesar de ainda sofrerem preconceitos, essas novas configurações já avançaram bastante e hoje têm alguns direitos civis garantidos. No entanto, a discussão ainda se faz presente, e a família tida como tradicional se faz de privilégios em detrimentos das outras que deveriam ser legitimadas e reconhecidas sem sofrer prejuízo algum.    Em uma primeira análise, é válido ressaltar que o conservadorismo ainda está cristalizado em nossa sociedade, por esse motivo, crianças pertencentes ás famílias "não convencionais" encontram-se em sua maioria sob alvo de preconceito. Por outro lado, a violência física e verbal contra pessoas LGBTs recheiam os noticiários, e o medo de adotar surge como uma das inúmeras consequências dessa intolerância. Somado a isso, a hostilidade também é comum quando se trata de mães solteiras, que, além de terem que dar conta da criação dos filhos, enfrentam a discriminação por trás de duros olhares.    Contudo, a aceitação dos novos modelos familiares colaboraria para resolver outros problemas sociais, uma vez que, quanto menos casais do mesmo sexo sofrerem preconceito por terem adotado um menor, mais incentivados às outras pessoas vão se sentir para pensarem no assunto, acarretando assim, uma diminuição do número de crianças em abrigos. E apesar da luta ainda se fazer necessária, casos em que mulheres divorciadas, que até então estavam destinadas à solidão por não serem socialmente aceitas, já foram revistos e superados pela sociedade, que hoje já conta com diversas mulheres independentes e chefes de família.    Dessa forma, portanto, fica clara a necessidade e a importância de se ter avanços nas discussões sobre representatividade familiar. Por isso, é essencial que a escola como agente primordial na formação do indivíduo, promova palestras e debates com toda comunidade escolar, que além do compromisso com a conscientização, deverá trabalhar com os alunos a tolerância e o respeito para com toda pluralidade existente nas famílias brasileiras, trazendo, assim, filmes e literaturas contemporâneas como meio de promover e discutir tal temática. Por fim, caberá ao Governo a responsabilidade de fazer valer o que já foi garantido nos direitos civis, e criar se assim necessário, meios de punições mais eficazes. Pois só assim, essas novas configurações de família serão reconhecidas e legitimadas pela sociedade.