Enviada em: 03/10/2018

Catálise social             Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de entendimento da realidade social seria possível por meio da interpretação das ações dos indivíduos. Sob essa ótica, a questão da ajuda humanitária exige uma discussão mais ampla, haja vista que a problemática permanece intimamente relacionada à conjuntura social do país, fruto da escassez de atos solidários e do individualismo da sociedade. Nessa perspectiva, é cabível analisar os principais efeitos de tais fatores para o meio social.             Historicamente, durante a Guerra do Vietnã na década de 60, houve o surgimento de diversos movimentos contracultura como o Hippie, em que variadas pessoas se agruparam para lutar a favor da paz e pelo fim da guerra. Todavia, esse contexto de solidariedade mútua se mostra corrompido nos dias hodiernos, visto que, em um cenário capitalista, as pessoas e empresas, em grande maioria, sobrepõem os interesses políticos e econômicos em detrimento do amparo social em situações de tragédia, fato que contribui significativamente para reduzir as práticas de voluntariado na sociedade.           Outrossim, vale ressaltar que o individualismo das pessoas influencia negativamente no problema. Tal fato decorre porque, conforme destaca o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em sua obra "Modernidade Líquida", as pessoas buscam não se envolver nas relações interpessoais, o que potencializa atos individualistas. Nesse sentido, é indubitável que a formação de movimentos solidários, como o acolhimento dos refugiados de guerra, é dificultada no mundo pós-moderno, conjuntura que se mostra uma realidade não só no Brasil, como também em diversos países.             É imprescindível, destarte, que as escolas e mídia atuem que tais desafios sejam minimizados. Para tanto, é imperativo que o Governo Federal direcione capital que, por intermédio do Ministério da Educação, será revestido na criação de um programa de educação nacional que insira no currículo a prática de atividades que incentivem a integração entre os alunos no ambiente escolar e social para, assim, favorecer a coletividade e, por consequência, a ação solidária. Ademais, a mídia deve transmitir e disseminar, em horário nobre e por meio de novelas, propagandas e seriados, práticas, como o voluntarismo e doação, que promovam a solidariedade em situações de tragédia para, dessa forma, desconstruir a ideia de individualismo ainda presente na sociedade. Assim, as escolas e a mídia poderão atuar como catalisadores sociais, contribuindo para aumentar a velocidade da reação coletiva de combate à problemática.