Enviada em: 31/05/2019

''Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor''. Esta célebre frase de Madre Teresa de Calcutá, famosa missionária católica, demonstra que um trabalho social, apesar de pequeno, tem o poder de modificar uma realidade e impactar positivamente na vida dos que são por ele atingidos. Nesse sentido, a questão da ajuda humanitária, tão em voga no mundo hodierno - especialmente na era da internet - leva a sociedade a refletir sobre os aspectos cruciais relacionados ao assunto. Desse modo, é lícito afirmar que se por um lado, as tecnologias da informação atuam como facilitadoras para indivíduos dispostos a ajudar causas humanitárias, por outro, podem ser ferramentas de disseminação de notícias falsas e golpes cibernéticos.       Em primeira análise, é preciso reconhecer o papel da internet como instrumento de apoio a pessoas interessadas em realizar filantropia. Esse raciocínio é comprovado pela existência de sítios online de organizações como ''Médicos Sem Fronteiras'' e ''Cruz Vermelha'', que possibilitam a doação de dinheiro sem sair de casa, por transferência bancária e cartão de crédito. Ademais, estudo realizado pela Universidade de Campinas (UNICAMP), entre 2016 e 2018, mostrou que 52% de ofertas monetárias que organizações dessa natureza recebem, deriva de doações via web, o que prova o poder da internet até mesmo na sobrevivência e continuidade da ajuda humanitária.        Em contrapartida, no tocante à ajuda humanitária, a World Wide Web também apresenta falhas que podem facilitar ''fake news'' e corrupção. Exemplo disso foi a campanha ''Kony 2012'' que, após comover o mundo com a história do guerrilheiro ugandês Kony, acusado de sequestrar crianças e usá-las como soldados, foi comprovadamente acusada de ser uma estratégia de marketing para  lucrar com a venda de artigos, como camisetas e canecas. Dessa forma, nota-se, muitas vezes, problemas de transparência em Organizações não Governamentais (ONGs) e, além disso, a necessidade de filtrar informações para identificação de notícias falsas e fraudes.       Torna-se evidente, portanto, que o Estado e a sociedade devem trabalhar para dar eficácia às ações humanitárias. Em razão disso, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) deve, por meio da criação de uma plataforma online que unifique e facilite as doações, fornecer lista de ONGs confiáveis e fiscalizar a aplicação de depósitos em dinheiro destinados a essas organizações. Além disso, é necessário também que o MDS forneça orientações à sociedade, por meio de campanhas televisivas e palestras em escolas e universidades, a respeito dos dados imprescindíveis que devem ser checados antes da doação à organização ser realizada. Assim, o espírito benevolente da ajuda humanitária proposto pro Madre Teresa de Calcutá se fará presente.