Enviada em: 17/05/2018

Conforme o filósofo Jean Jacques Rousseau, no início os homens viviam livres e gozavam de liberdade ilimitada. No entanto, essa condição também provocava o medo constante, posto que a qualquer momento poderia vir a ser vítima de ações hostis. Nesse sentido, a decisão de conviver em grupos sociais, regida por um contrato social, pareceu ser a decisão mais sábia e conservativa à vida. Percebe-se, com isso, que a origem do comportamento social está relacionada à sobrevivência da espécie humana. Sob tal ótica, no mundo moderno, as organizações grupais, como sindicatos, revisitam a noção de manter vivas ideias, ideologias, direitos, entre outras necessidades humanas.        Max Weber, sociólogo Alemão, apregoava que para entender a sociedade era necessário compreender, em primeiro lugar, o indivíduo. Com isso, verifica-se que diversos desdobramentos históricos, a exemplo do direito de greve trabalhista durante as revoluções industriais, surgiram a partir da insatisfação individual. Essas ideias, que funcionaram como o fio condutor para o diálogo entre os trabalhadores foram, posteriormente, corporificadas em uma ação grupal, a qual fortaleceu, de modo mutualístico, as inclinações individuais frente à demanda por direitos. Desse modo, além de empoderar o indivíduo, o grupo apresenta potencial para ações que podem mudar os rumos de uma sociedade e de suas futuras gerações.         No âmbito de um mundo capitalista e competitivo, subsiste, no entanto, uma tendência ao individualismo, na contramão de milênios de evolução social no sentido dos agrupamentos sociais humanos. Segundo Émile Durkheim, o indivíduo atual padece de conexão com grupos sociais, o que pode conduzi-lo à desesperança e ao suicídio. Dessa forma, é necessário que condutas sejam tomadas para recompor o senso de pertencimento social, de modo que o indivíduo, base de qualquer sociedade, possa encontrar a imagem especular de suas necessidades materializadas nos grupos sociais com os quais convive.         Torna-se evidente, portanto, que o Estado, a partir do Ministério das Cidades, conduza a revitalização de espaços públicos, como praças, a fim de que a população tenha acesso a espaços de convivência social, aos moldes dos gregos antigos, onde consigam se organizar em grupos para conviver e formar vínculos afetivos que fortaleçam as subjetividades sociais e individuais. Assim, será possível assegurar a continuidade da tendência de agregação das comunidades humanas, motor das mudanças no tecido social.