Enviada em: 14/07/2018

De acordo com a ciência evolucionista, o Homo Sapiens só conseguiu sobreviver porque essa espécie descobriu na formação de grupos a maneira de os indivíduos se adaptarem às diversas pressões naturais, beneficiando a todos, o que evidencia como extremamente necessária a aglomeração de pessoas para perpetuar a vida. No entanto, desde o surgimento das sociedades, observa-se o mau desempenho do ideal coletivo devido, sobretudo, às revoluções tecnológicas e à cultura individualista da humanidade, constituindo desafios a serem rechaçados para assegurar dignidade aos cidadãos.   Primeiramente, quando Karl Marx enuncia, durante a 1ª Revolução Industrial, a "retificação das coisas", ou seja, a noção de que tudo é mercadoria, inclusive as relações humanas, ilustra-se a influência que mudanças tecnológicas acarretam no social. Na contemporaneidade, isso é ratificado com Bauman ao exprimir a existência de sociedades líquidas no cenário da Revolução Técnico Científica. Nessa perspectiva, as interações entre as pessoas ficam cada vez mais distantes e o ideal coletivo é subestimado. Isso é analisado nos constantes casos de intolerância religiosa, machismo, racismo, bullying na via cibernética, haja vista o anonimato, encorajando certos indivíduos a não agir em sociedade. Dessa maneira, as ferramentas tecnológicas comprometem homogeneidade do grupo caso administradas incorretamente.     Além disso, segundo Stuart Mill, o homem age de acordo com a ética utilitarista, isto é, ele se posiciona na população visando a uma vantagem individual em detrimento da coletiva, demonstrando a interferência negativa que essa cultura implica no bem estar social. Nesse sentido, o Estado de Direito dica desfalcado e os diferentes grupos sociais os quais o compõem não conseguem dialogar de forma eficiente. Em consequência disso, a nação não é fortalecida, o que pode ser observado quando indígenas, mulheres, homossexuais, negros, são desrespeitados em função do individualismo de outros. Dessa maneira, a ideologia de Rousseau de que a sociedade corrompe o homem é sustentada.     Fica claro, então, o mau prognóstico da superestimação do pensamento social em  relação ao pessoal. No propósito de minimizar tal problemática, as ONG´s associadas às Secretarias de Comunicação podem fomentar a união da população local, por meio da promoção de debates acerca da importância de respeitar o outros na internet, bem como equilibrar a realidade com o mundo virtual, porque, assim, o contato humano não se dissolverá por causa da tecnologia. Ademais, as instituições educativas podem estimular a ideia de que os grupos devem fortalecer o indivíduo, por meio de trabalhos coletivos com temas envolvendo diversidades culturais, pois haverá conscientização da importância de compartilhar o diferente e não excluí-lo.