Enviada em: 18/08/2018

Na Grécia Antiga, um grupo de pensadores chamados sofistas realizavam discursos filosóficos e educacionais, sob taxação prévia, para aqueles interessados em sua metodologia. Com efeito, nos dias hodiernos, tal cenário se configura nas estruturas escolares com a figura do professor. Essa profissão, no entanto, foi negligenciada pelo corpo social, uma vez que não possui valores salariais adequados à sua atuação e pouco prestígio público, impasse o qual necessita de avaliações e intervenções.      Em primeira análise, é mister a compreensão de que as interações didáticas entre alunos e professores foram enfraquecidas. Em síntese, sabe-se que a nova geração do século XXI exige diferentes formas de ensino, as quais envolvam dinamismo e tecnologia nas atividade. Contudo, os processos educativos são estáticos e pouco diversificados pois ainda compreendem a composição entre quadro negro e gizes, o que dificulta o desempenho do instrutor. Além disso, é evidente a depreciação salarial dessa profissão, de modo a caracterizar-se como uma injustiça social, por isso é comum a desistência e abandono do espaço escolar por parte dos professores. Com isso, temos a falta de indivíduos interessados nesse mercado de trabalho.        Ademais, não há como discordar da frase de Mahatma Gandhi: "temos que nos tornar a mudança que queremos ver". Tal expressão, entretanto, não se manifesta no plano real, haja vista que muitos jovens, na escolha do curso de graduação, desconsideram a possibilidade de cursar pedagogia à medida que avaliam os empecilhos sociais, culturais e econômicos dessa profissão. Somado a isso, atuações na medicina e no plano jurídico são, atualmente, hipervalorizadas em detrimento da rotina escolar, apesar da imprescindível contribuição do pedagogo na formação desses profissionais. Nada disso, porém, seria tão prejudicial à educação se os órgãos públicos e a sociedade trabalhasse em conjunto.      Fica clara, portanto, a necessidade de medidas que valorizem os orientadores em escolas e universidades. Para tal objetivo, o Ministério da Educação precisa desenvolver projetos os quais reestruturem a folha salarial dos professores por meio de políticas que distribuam o capital desviado em atos de corrupção, a fim de estimular a profissionalização desses indivíduos, além de enaltecer a figura educativa com medidas sociais para fortificar as relações entre educandos e professores. Em consonância, os cidadãos tem que desmistificar o ideário da hierarquização laboral, com a criação de propagandas as quais evidenciem a importância social de cada profissão, para que o legado deixado pelos sofistas enraízem-se em pedagogos contemporâneos valorizados.