Enviada em: 12/03/2019

O que outrora era visto com muito prestígio social, atualmente a docência enfrenta uma grave crise de valorização, visto que a profissão de professor da educação básica no Brasil não é vista com bons olhos. Desse modo, percebe-se que a valorização do docente enfrenta desafios que precisam ser transpostos. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser neglicenciados, como a falta de infraestrutura e a precarização da carreira a que esses profissionais estão submetidos.            Em primeira análise, cabe pontuar que para que se desenvolva a atividade de ensino é preciso um mínimo de infraestrutura, o que muitas vezes fica aquém de condições para que isso possa ser praticado. Segundo o jornal Folha de São Paulo, em escolas da periferia ou em cidades interioranas, onde o poder público se faz quase ausente, as salas de aulas apresentam-se em situação muito precária, além de banheiros sujos, acúmulo de lixo por toda parte. Nesse sentido, a valorização do professor precisa levar em conta aspectos como estes, visto que boas condições de trabalho é essencial para qualquer profissão.           Ademais, convém frisar que a carreira docente é mal remunerada e a promoção que deveria ser ressaltada, muitas vezes acaba ficando apenas em promessas demagogas. Uma prova disso está no não cumprimento do piso salarial instituído por lei que muitos estados sequer pagam, além dos recorrentes atrasos. Parafraseando Immanuel Kant, uma sociedade é aquilo que a educação faz dela, ou seja, para que haja desenvolvimento sócio-econômico é preciso investir em educação e esse investimento primeiro deve ser realizado naqueles que farão essa ação, os professores.        Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. Nesse sentido, é imprescindível que o Estado faça uma reestruturação da carreira docente implantando um plano de cargos e carreias que realmente seja cumprido, além de atender a lei do piso salarial para que ações como estas não somente estimule os professores a ministrar melhores aulas e com isso elevando o nível do ensino, como também procurem se qualificar mais através de especializações. A sociedade civil deve pressionar o Governo para que mudanças significativas no ensino possam vim a acontecer, a fim de se buscar melhorias nos várias âmbitos sociais, pois, segundo o pensamento de Paulo Freiro, importante educador brasileiro, a educação não só é transformadora, como também libertadora.