Enviada em: 20/08/2017

Na Grécia Antiga, a Escola de Atenas foi o local no qual grandes filósofos respeitados transmitiam o conhecimento para os indivíduos da pólis grega. Portanto, no contexto atual, é questionada esta valorização dada para os educadores, tendo em vista inúmeras problemáticas que eles enfrentam - seja os atos hostis por parte de muitos alunos, seja a remuneração baixa desses profissionais. Logo, é preciso que haja mediações para que seja possível existir maior reconhecimento pelos professores como ocorria na academia ateniense.     É indubitável que a violência verbal - e até mesmo a física - contra os educadores persiste em ocorrer nos institutos de ensino. Essa adversidade está intrinsecamente relacionada às raízes históricas, pois, com o estereótipo de associação entre prestígio social e poder aquisitivo (presente desde o período colonial e a criação das primeiras universidades), e dado o fato de esta profissão possuir menores remunerações em sua maioria, perpetuou e naturalizou uma cultura do desrespeito à essa massa nas salas de aula. Por conseguinte, este contingente ficou eminente a desenvolver problemas psicológicos - como o estresse e a ansiedade - e frustração profissional, o que corrobora uma diminuição quantitativa de professores no mercado de trabalho.     Ademais, tais situações as quais os educadores enfrentam não se limitam a questões sociais. É factível afirmar que, na esfera econômica, a desvalorização também se presencia. Isso é verossímil pois, tendo em vista as longas jornadas de trabalho e um vasto valor cognitivo adquirido em suas formações, o salário recebido por estes indivíduos não condiz com a atribuição dada por eles, que é educar e formar todos os outros profissionais. Não obstante, além desta equivocada inconformidade, a sociedade como um todo também será prejudicada, pois, de acordo com Paulo Freire, a educação é indispensável para tornar o homem um crítico e cidadão.     Torna-se premente, portanto, que deva ser desmistificada a falta de reconhecimento pelos professores. Para tal fim, as unidades de ensino devem promover eventos de interação entre alunos e educadores - como atrações artísticas e culturais nas escolas - para construir relações mais harmônicas. Outrossim, deve-se legislar, por parte dos órgãos governamentais, a regulamentação dos salários destes profissionais nos colégios públicos e privados - aumentando-os em percentuais pré-estabelecidos e contribuindo para, gradualmente, existir tal valor atribuído pelos gregos.