Enviada em: 13/07/2019

Suécia e Alemanha, dois países superdesenvolvidos ocupantes, respectivamente, do terceiro e sexto lugar no ranking do IDH, proibiram o homeschooling, que é considerado crime. Sobre isso, fica a pergunta: Por que esses países proibiram essa modalidade de ensino? A resposta é simples, a educação domiciliar forma indivíduos despreparados para a vida em sociedade, sem senso crítico e alienados.       Em primeiro plano, na educação domiciliar o indivíduo não exercita habilidades sociais, de interação e senso crítico. Segundo a pedagoga Silvia Colello, a aprendizagem escolar não se limita pela assimilação de conteúdo, mas engloba um conjunto de competências como: relacionar ideias, articular conhecimentos e sentimentos que culminam na habilidade de interagir, argumentar e lidar com conflitos. Com isso, longe do contato da sociedade, o aluno que estuda em casa se forma defasado nesses conhecimentos básicos de socialização e senso crítico.        Ademais, a alienação é uma das consequências do poder dos tutores na formação dos alunos nessa modalidade de ensino desregulada. Por conta da dificuldade de regulamentação da modalidade, não há mecanismos de controle do conteúdo lecionado, ficando a cargo do orientador formar o conjunto de ideologias políticas, econômicas e sociais. Entretanto, a maioria das vezes, o educador cria o indivíduo seguindo as suas bases ideológicas e não estimula o aluno a formular suas próprias ideias e ideais. Sendo assim, além de despreparados para a vida em sociedade e sem senso crítico, o estudante cresce e vive acreditando em um ideal que foi repassado por ele e não construído por ele, ou seja, se desenvolve alienado.        Portanto, medidas estatais são necessárias para amenizar o problema. O Ministério da Educação, em parceria com o da Cidadania, deve não só regulamentar essa modalidade de ensino, mas também exigir que siga a Base Nacional Comum Curricular. Essas medidas vão promover a formação das competências relacionadas a formação de senso crítico, além de instigar a formação, pelo próprio indivíduo, de suas bases ideológicas, pois a BNCC, formulada com a participação ativa da sociedade e de pedagogos, é um documento com diretrizes que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.