Enviada em: 14/07/2019

A Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) estima que atualmente 7,5 mil famílias optem por educar os filhos em casa, o que atingiria cerca de 15 mil crianças no país. Segundo os pais, entre as razões para tirar os filhos da escola, estão a falta de qualidade no ensino público, preocupações morais e religiosas e bullying. No entanto, a prática é considerada ilegal pelo (Stf), Supremo Tribunal Federal.     Primeiramente, quando uma família opta pela educação domiciliar, ela geralmente procura um maior controle sob o aprendizado do filho, apesar disso, não significa que os próprios pais necessariamente exercerão essa função. Algumas famílias preferem contratar professores particulares para que a criança ou jovem tenha aulas em domicílio. Vale salientar, que, Não é necessário que os pais tenham alguma formação em pedagogia ou áreas temáticas específicas para poder aplicar a educação domiciliar. Por conseguinte, É comum que o estudante seja submetido a testes de conhecimento, o que implica que alguns conteúdos sejam obrigatórios. Como o ensino doméstico não é regulamentado no Brasil, não há instruções quanto a isso.    Em segundo lugar, a escola, como instituição coletiva, deve ser plural, democrática, aberta, e por isso incluir temas relacionados ao cotidiano dos alunos. Ela deve ser um espaço em que qualquer estudante se sinta à vontade para expressar suas opiniões e onde possa aprender a expressá-las sem agressividade, baseando-se no diálogo. Por isso, retirar o aluno desse ambiente para isolá-lo em casa significa estar fechado à possibilidade do diálogo com ideias diferentes das da família. Logo, a família pode sim ensinar seu valores e sua religião, mas a escola é o espaço em que o aluno terá contato com a diversidade da sociedade e poderá aprender que não existem somente os valores e a religião de sua família. E mais do que isso, poderá aprender a respeitar.    Portanto, É no convívio com pessoas diferentes que o indivíduo aprende a lidar com a diversidade. Alguns pais desejam a educação domiciliar para afastar os filhos de ambientes escolares onde ocorre o bullying (formas de preconceito), entretanto, essa não é a solução para este problema. Em casos de bullying, a família deve atuar em conjunto com a escola para combater a prática e não só proteger as vítimas, como educar os agressores. Isolar a criança vítima de rejeição do ambiente escolar não irá prepará-la para enfrentar o preconceito ao longo da vida, bem como não irá diminuir o preconceito dos agressores. A escola deve ser o espaço de combate a todas as formas de perseguição.