De acordo com o sociólogo polonês Bauman, “Certas entidades podem ser incluídas numa classe apenas na medida em que outras são excluídas”. Da mesma forma ocorre na contemporaneidade, em que as pessoas com excesso de peso que não se encaixam nos padrões estereotipados pela sociedade, sofrem diversos preconceitos e atos de exclusão. Assim, o complexo de inferioridade pode causar males à saúde e a não aceitação do próprio corpo acarreta certos problemas psicológicos. Primeiramente, é visto que indivíduos com excesso de peso na sociedade brasileira são vítimas diariamente de preconceitos e atos intolerantes. Entretanto, os males causados por esses transgressores podem chegar a níveis graves. Isso pois, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia, indivíduos que manifestam o sentimento de inferioridade por causa da aparência possuem um risco três vezes maior de desenvolver problemas cardiovasculares. Outrossim, além dos problemas que podem acometer a saúde física, existem também males causados na saúde mental dessa população. Isso porque, a ideia de estar obeso atribuída a pessoas preguiçosas e que não se cuidam, podem abalar o estado emocional e provocar distúrbios como a depressão e a ansiedade. Fatos evidenciados no livro “Garotas de vidro” de Laurie Anderson, em que as personagens principais sofrem de transtornos alimentares e apresentam características de depressão na busca incessante de terem o modelo “magro perfeito”, o que as levam até ao autoflagelo. Então, cabe a Organização Mundial de Saúde em parceria com os Agentes Comunitários de Saúde, através de visitas as casas, disponibilizarem para pessoas acima do peso cuidados de acompanhamento periódico com psicólogos e nutricionistas, a fim de que a questão da obesidade não acarrete demais problemas de saúde. Além disso, é dever do Ministério da Educação promover nas instituições educacionais palestras com profissionais da saúde e psicopedagogos que visem construir uma visão mais empática acerca da obesidade. Assim, será possível mudar o pensamento evidenciado por Bauman, dando fim ao paradigma estético atual.